In our Living Room - Janice Diniz




O nosso In Our Living Room de hoje traz uma autora muito querida por todas nós aqui do House, que lançou o seu novo livro “Terra Ardente” pela editora Multifoco, Janice Diniz.

Janice nasceu em Porto Alegre e cursou filosofia e letras. Já morou em diversos locais do Brasil como Minas Gerais e São Paulo, já escreveu para uma revista da Europa a Storm Magazine e atualmente mora com seus dois filhos em sua cidade natal.
A entrevista foi bem legal então não deixem de conferir!




Para conhecer um pouco mais a autora acesse:
Karen tem má fama na cidade. Envolvida com corridas de cavalo, dívidas que podem levá-la à falência e uma vida afetiva que segue a regra dos três encontros e nunca mais, ela não pode fracassar. No seu encalço, dois fazendeiros ambicionando tomarem-lhe a propriedade. Com a vida em risco e sozinha num lugar hostil, ela tenta sobreviver e cuidar da avó e do filho. Se for preciso, seduzirá o delegado de polícia de Matarana para protegê-la – um caubói da lei que se comporta como um xerife durão do velho-oeste americano. Mas Karen não é a única mulher em apuros. A jornalista Nova Monteiro investiga um latifundiário suspeito de aliciar trabalhadores. Abandonou o sudeste para ficar ao lado do homem que ama desde a infância. Um amor que tem tudo para não se concretizar. O que Nova não sabe, porém, é que, segundo boatos, a chuva de cinzas na estação do estio não é somente das queimadas, mas também dos corpos dos forasteiros que se metem com os poderosos da região. Assim, ela faz duas descobertas: que luta pela causa errada e que o amor verdadeiro é um sentimento bruto que pode nascer do medo. Matarana, a cidade das aparências, onde nem sempre o mocinho é bom e o vilão, mau. Um faroeste moderno com mulheres fortes, homens destemidos, pistoleiros, matadores de aluguel e paixões devastadoras. A humanidade posta à prova em situações-limite. 


1- O seu livro é um romance country que se passa no centro-oeste do Brasil. Como surgiu essa ideia?

      Percebi que, no Brasil, não havia histórias de amor cujos personagens fossem caubóis. Mesmo com os caubóis de Barretos e toda uma indústria de roupas e música em relação ao estilo country. Na verdade, a escolha do cenário é para criar a atmosfera adequada ao tipo de história de amor que pretendia escrever. Não é um conto de fadas bem comportado; é sobre pessoas que amam e odeiam na mesma medida. Tudo é intenso. É o estado bruto do amor, sem ser lapidado pelo bom senso, lacinhos ou o politicamente correto.

2- Como escritora, quais são suas principais influências?

       Sou fã dos escritores russos, franceses, norte-americanos e brasileiros. Os primeiros em função da abordagem existencial e psicológica, como Dostoievski e Tchecov; Marguerite Duras, Camus e Philippe Djian também. Os norte-americanos pelo poder de dar ação à trama e a maneira de transformar a literatura quase que em um filme para ser lido. Fante, e Elmore Leonard já cruzaram o meu caminho. Entretanto, a minha formação como escritora se deve muito mais aos brasileiros: no topo, Fernando Sabino. E também Caio Fernando Abreu e Graciliano Ramos. Pretendo ler os romancistas contemporâneos que estão se lançando na blogosfera e que a mídia massiva insiste em ignorar (azar da mídia...rs). É claro que misturo à aprendizagem como escritora a diversão também; então, leio para esse fim: Stephen King, Janet Dailey e Nora Roberts. É um verdadeiro prazer ler pessoas que despertam tantas emoções, que vão do medo à paixão absoluta. Ah, gosto também de romance de banca.

 3- Qual é o seu momento preferido para escrever?

      Aquele em que eu posso sair do corpo sem que ninguém me incomode durante a viagem...rs Na verdade, quando decido que tenho de escrever, ajeito o meu lugarzinho e escrevo.
4- O que você faz quando tem bloqueio criativo?

  Leio algo completamente diferente do que eu escrevo e procuro não ter um chilique...rs


5- Qual a dica que você daria para os leitores que gostariam de se tornar escritores?

      Se já são leitores metade do caminho já foi percorrido. O escritor é um indivíduo solitário que ama as palavras. No entanto, escrever não é fácil. Um conselho que sempre dou é estudar a gramática. Saber pelo menos concordar verbos e substantivos, usar a crase e a vírgula. Ficar na mão de revisor de editora não é uma boa, ainda mais quando nem sempre o editor manda o original para ser revisado. É um serviço relativamente caro. Além de tudo o já citado, tem mais: junte dinheiro e investigue (mesmo) o mercado editorial.

6- Se você pudesse ser amigo de um dos seus personagens qual seria?

     É um pouco complicado escolher apenas um. Tenho medo de incitar a ira dos outros...rs Todos eles já são meus amigos e, às vezes, quando tenho que decidir algo ou quando me sinto insegura, eles se prontificam a me ajudar. Penso: O que o Rodrigo faria? Como o Thales reagiria? No entanto, a Karen Lisboa, mais do que uma amiga que gostaria de ter, é a mulher que eu gostaria de ser...rs

7-  Alguma parte do seu livro a fez chorar?  Se sim, qual?

       Chorar por dentro, sim. Teve uma cena que senti meu peito pesado e fiquei muito mal. A narradora está contando a origem de um dos personagens e é o mais absurdo caso de rejeição. Fiquei exausta emocionalmente depois de escrever essa cena. E, após disso, o personagem cresceu tanto na trama que ameaçou tomar conta da história... rs Era para ele ser um mero figurante, a coisa toda saiu do controle...rs

8- Existe um lugar específico na sua casa (ou fora de casa) que você gosta de escrever?

        Na cama ou no sofá, recostada confortavelmente. Uso para escrever um notebook sem acesso à internet. Sou extremamente aérea, dispersiva. É possível que eu tenha déficit de atenção...rs Só consigo me concentrar quando escrevo, mas preciso de uma musiquinha bem alta nos fones.

9-  Qual a sua rotina quando escreve um livro?

      Uso um caderno onde faço todas as anotações. Escrevo por cenas, e não por capítulos. Cada cena é trabalhada individualmente. Preciso observar o cenário, a luz (sou uma diretora de fotografia frustrada..rs), o que tem de ser dito e feito pelos personagens envolvidos, o elo de ligação com o que já foi escrito ou será, a ordem das cenas dentro do capítulo, etc. Faço a pesquisa necessária antes de escrever o capítulo. Há um roteiro que sigo, no qual planejo um capítulo por vez, escrevendo o que deve acontecer nele, ou seja, as cenas que deverão aparecer. Escrevo antes dentro da cabeça e o tempo inteiro. E passo para o papel ou computador à noite. Escrevo todos os dias.

10- Deixe um recado para os leitores do House of Chick falando sobre o que eles podem esperar da sua história.

        A essência de Terra Ardente é o amor e o desejo de posse, sejam extensões de terras ou pessoas. São histórias de amor e vários tipos de amor. Há momentos divertidos, tensos, dramáticos e românticos. Nem sempre o vilão é o pior cara da história, nem sempre o mocinho é o homem ideal para quem procura viver com alguém para sempre. É um romance contemporâneo que se passa em uma cidade pequena que adora imitar o Kentucky ou o Arizona. É um lugar onde as mulheres dão as cartas e os homens são perigosamente sedutores. É um romance romântico. E a ideia é contar histórias de paixão, armadilhas e sobrevivência em uma terra bruta e perigosa.


Então gente, essa foi a nossa entrevista de hoje. Espero que vocês gostem tanto quanto nós gostamos!!

Obrigada mais uma vez Janice!! 

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16 comentários:

  1. Adorei a entrevista! É sempre interessante ler os autores dizendo como escrevem. Nunca tinha visto nenhum citar que escreve cenas, em vez de capítulos. É bem diferente, amei!

    E as influências dela são ótimas, acabei me interessando pelo livro principalmente por isso, vou dar uma olhadinha lá no blog :D

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  2. Ao ler terra ardente acabei "resumindo" a história como: Matarana é uma terra que arde em romance, ação, aventura, amor, ódio e segredos que apaixonam, divertem e emocionam.

    Não posso revelar o personagem mencionado pela Janice, mas apesar de já se passarem vários dias do término da leitura, ele juntamente com outro personagem ainda rondam meus sonhos rs.

    Um romance imperdível.

    Abçs

    Apaixonada por Livros

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  3. Muito interessante essa entrevista! Gostei bastante das perguntas que vocês fizeram e das respostas da escritora.
    Não ouvido falar no livro "Terra Ardente", mas achei bastante original o ambiente onde se passa a história. Nunca tinha parado para pensar nisso, mas é estranho que quase nenhum livro nacional tenha como cenário o universo country e tenha caubóis como personagens principais.
    Foi esse tema que me deixou com vontade de ler "Terra Ardente", que parece ser um ótimo romance.
    A Janice Diniz tem muitas influências, sendo todos eles escritores consagrados. Alguns deles eu não conheço muito bem, por isso vou ver se procuro saber um pouco mais sobre eles.
    A rotina dela enquanto escreve um livro foi o que mais me impressionou, principalmente porque ela tem disciplina suficiente para escrever todos os dias.
    Desejo que a Janice Diniz consiga fazer muito sucesso com seu livro! :)

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  4. muito lgl a entrevista!! jah conhecia o livro pelo nome e capa mas não conhecia bem a sinopse da história, nem msmo a autora, foi muito bom conhecer mais um pouquinho dos dois! =]

    --
    hangover at 16

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  5. Já vi um monte de crísticas positivas sobre esse livro e essa entrevista foi mais um ponto a favor dele. Muito boa!!

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  6. Adorei!!! Acho muito interessante descobrir porque os autores resolveram escrever determinado tema/livro.Pode entrar na cabeça do autor é o mais legal pra nós amantes dos livros.

    Parabéns pela entrevista :))

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  7. Nossa eu nunca li um livro deste genero, mas creio que adoraria a historia :3, gostei das dicas da autora
    e quando estou com vontade de escrever, musica alta nos fones sempre.
    :p
    A capa do livro é muito bonita, adorei a entrecvista
    abraços

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  8. Adorei a entrevista! Vou ficar esperando a resenha deste livro para conhecer mais.

    Parabéns ao blog por sempre trazer novidades legais.

    Beijos

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  9. Duas coisas me chamaram bem atenção "Sou extremamente aérea" sou exatemente assim rsrsrs e "os homens são perigosamente sedutores" se tem algum que eu amo eu um livro é isso *¬* rsrsrsrs Adorei a entrevista, Terra Ardente é um livro que eu quero muito ler *-*
    Obrigada

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  10. Adorei participar da entrevista e não me canso de agradecer pelo apoio e carinho do House! Merci! ♥
    Parabéns também pela qualidade dos comentários. Obrigada a todas as meninas que comentaram.

    Beijão!

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  11. Muito legal a entrevista!Nunca imaginei que um romance country poderia se passar no Brasil(no Centro-Oeste é o local ideal).Muito criatividade da autora.Parabéns

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  12. Eis um tipo de livro bem diferente dos outros! Compraria com certeza, achei bastante interessante o gênero... e o cenário. Sem contar que a entrevista foi ótima! E amei o modo como ela escreve. Fantástico!
    - Luiz Felipe Matos

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  13. Que fofa que ela é. Achei lindo ela mesma se "quase emocionar" por uma cena que ela própria escreve, que lindo isso. É interessante saber a posição do autor, dá um gostinho a mais para nós, leitores, ler o livro. Adorei.

    beijos

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  14. Adorei a entrevista, e a autora escreveu sobre um assunto que não havia sido abordada ainda. Muito interessante.

    Beijos

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  15. Amooo as entrevista da Nice....\o/...parabéns ao blog que fez perguntas belíssimas. Bem sobre os personagens tomarem conta da história e passarem a perna no autor, descobri que é assim mesmo, eles tomam as rédeas e fazem e acontecem sem que o autor consiga para-los, claro a não ser que o autor mate o personagem...rsrs...aprendi isso numa palestra que participei...muito boaaa...gostei da ideia da Nice para resolver o bloqueio...na palestra eles disseram que tem pessoas que tem que forçar a mente...tipo escrever sobre qualquer coisa e ai quando vir a inspiração deletar as divagações...rsrs...vai saber né?...só sendo escritor mesmo...rsrs....ai pessoal vou parar por aqui, pois se não conto tudo que aprendi no comentário....rsrsr....bem desejo todo sucesso do mundo pra Nice que esse ano até agora foi minha leitura predileta....\o/...e a sorte é que o livro foi o primeiro do Ano que li...kkkkk....to tagarela hoje, é porque não to podendo falar muito, ai sai tudo pelo dedos...rsrs....beijokas....e claro sucesso ai blog...Elis - http://amagiareal.blogspot.com/

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  16. Sucedo para o autor /0/
    É um livro que quero e pretendo ler, só não sei quando.

    Ps:.
    Minha amiga Elis, realmente está ruim da garganta, mas isso que ela escreveu que está digitando muito por conta disso, não é totalmente Vero!
    Pois, essa flor, falar e até mais que eu, kkkkk, seu apelido é CURIOSA tudo quer sabe, e pergunta pra valer!
    Mesmo assim à amoO muitao!
    http://mahzinhasantana.blogspot.com.br/

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