Sobrenatural – Cynthia Hand

“Sobrenatural” conta sobre a vida de Clara, uma menina que achava que era normal, até descobrir, aos 14 anos, que na verdade é uma sangue-de-anjo [não uma anjo comum, mas uma descendente, o que você vai entender melhor lendo]. Isso quer dizer que ela vive mais, tem alguns poderes – como voar, falar e compreender qualquer língua do planeta –, mas também precisa cumprir um propósito, que é por esse motivo que ela veio ao mundo.

Então ela passa a ter visões, que não são muito explicadas, mas que ela precisa entender para então realizar sua missão. Nessas visões ela sempre vê um garoto e percebe que precisa salvá-lo, só não sabe como e nem onde, só sabe vai ser em breve.

Sua família (ela mais sua mãe e seu irmão) mudam-se para Wyoming, uma cidade do interior, em busca da realização de seu propósito. É lá que ela conhece o garoto de suas missões e fica balançada por ele, mas onde também acaba conhecendo um outro garoto que pode acabar fazendo-a se desviar do seu propósito, o que não pode ocorrer em nenhuma hipótese.

Não li muitos livros com tema “anjos”, mas todos eles foram bem diferentes entre si. Gostei bastante da história desse e da forma como trataram esse assunto.

Os anjos e os sangue-de-anjo têm uma coisa chamada glória, que eles ficam iluminados, mas não posso falar muito sobre isso, porque seria um spoiler, só que o modo como ela acontece me lembrou MUITO do filme Stardust. Depois de ler esse livro, veja o filme que você vai entender o que estou falando.

Gostei bastante dos personagens, Clara é uma ótima protagonista, gostei também dos secundários: suas melhores amigas Wendy e Ângela, que são tão diferentes entre si, mas especiais, cada uma de sua maneira; os dois candidatos a par de Clara, Christian e Tucker, e adorei o escolhido no final [na verdade o que eu acho que foi escolhido, porque quando tudo terminou, isso ficou meio confuso também, mas já dava para saber que seria ele desde sua primeira aparição na história]; e seu irmão, Jeffrey, que é uma gracinha.

 Sobre sua mãe, Maggie, eu ainda não decidi se gosto dela ou não. Algumas vezes sim, ela parecia ser uma mãe maravilhosa, atenta, amorosa e amiga de sua filha [adoro quando mães e filhas são amigas nos livros, até porque eu sou muito amiga da minha mãe], mas não gosto que ela esconde diversos segredos de seus dois filhos, deixando-os no escuro, mesmo que eles já saibam de algo e perguntem, ela prefere o silêncio. Pode ser que isso seja explicado melhor no próximo volume, mas por enquanto acho isso extremamente irritante, pois não gostaria de sentir que a própria mãe mente e engana sobre o que você precisa saber.

Não gostei do final. Ficou tudo mal desenvolvido e nada explicado, e o pior é que não daquela forma que a gente fica: “Nossa, eu PRECISO ler a continuação! Eu sei que vai demorar, mas vale a pena, porque assim fico bem instigada!”.  A sensação ficou mais como “Ué, cadê o resto da história? Cadê as explicações sobre tudo isso que acabou de acontecer? Não acredito que vou ter que esperar até o próximo para isso!”.

Além dessas sensações, um personagem muito importante em toda a história de repente não aparece no final e achei isso um erro, a sensação é que foi esquecido do nada. Resumindo o final em uma palavra: confusão.

Sobre o trabalho gráfico, não precisava nem comentar que a iD sempre arrasa e dessa vez não foi diferente. A única coisa incomum é que esse é o primeiro livro publicado por eles que eu vejo com a contra-capa branca e simples e não colorida ou com algum detalhe.

Eu amei essa capa, de verdade. Gostei muito que a iD manteve a original, e adorei o detalhe em prata do título e do nome da autora, inclusive na lombada. Mas ela passa uma ideia diferente do livro, pensei que seria uma coisa menos leve, mas é exatamente isso, não tem nada de pesado.

O segundo volume, Hallowed, acaba de ser lançado nos EUA e tem previsão para chegar ao Brasil ainda esse semestre. Estou muito ansiosa.

Esse não é o melhor livro de anjos que li, mas mesmo assim gostei bastante. Mas como eu disse antes, é leve. Se você procura uma coisa com mais ação, cenas de tirar o fôlego, situações mais pesadas e etc., esse não é um livro para você. Mas se você, assim como eu, adora livros leves, com personagens cativantes, narrativa fluente, e um tema paranormal legal, então super recomendo “Sobrenatural” de Cynthia Hand.

Avaliação

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