Com Amor, Simon - Creekwood #01 - Becky Albertalli

Em uma postagem anônima no Tumblr de confissões da escola, Simon conhece Blue. Sem que um saiba a verdadeira identidade do outro, eles passam a conversar e se conhecerem melhor, tudo através de uma troca de e-mails periódica. Simon entende Blue e Blue entende Simon. E eles começam a ser cúmplices dos segredos um do outro e compartilham tudo o que vivem e o que sentem, claro que sem nunca revelar coisas que façam com que o outro descubra quem é do outro lado da tela.
Em meio a assuntos engraçados e outros profundos, eles também conversam sobre serem gays e não falarem sobre isso abertamente para ninguém. Eles não têm medo da reação das pessoas ou estão com dúvidas sobre suas sexualidades, apenas não encontraram o momento certo de compartilharem a informação com mais pessoas. E sentem uma conexão bem forte um pelo outro, fazendo com que sentimentos comecem a ficar mais aflorados e eles passem a desejar estarem juntos fora do computador. Porém, Blue ainda não está preparado para perder aquele contato com Simon do jeito que está, e Simon terá que se contentar em tê-lo daquela forma, porque é melhor do que não tê-lo de maneira nenhuma.
Em meio a alguns acontecimentos, inclusive alguns bem reveladores, Simon está prestes a mergulhar numa nova etapa de sua vida e quer ter Blue com ele ao seu lado. Mas será que isso finalmente será possível? E toda aquela química online conseguirá se manter na vida real? Simon pode ainda não saber, mas ele está prestes a viver uma linda história de amor.
Só preciso fazer uma pequena pergunta neste momento: por que raios eu demorei tanto tempo para ler esse livro?! Até agora, depois de ter finalizado a leitura, estou questionando isso. Porque eu simplesmente A-M-E-I essa obra escrita por Becky Albertalli. Tanto que a considero uma das melhores do ano! E agora quero indicá-la para todo mundo! Então, se você curte histórias do gênero jovem adulto que sejam fofas, divertidas, leves e com um romance bem gostosinho de fazer suspirar, não faça que nem eu, não perca mais tempo e corre logo para ler “Com Amor, Simon” (ou Simon vs. a Agenda Homo Sapiens – título antes desta edição com capa do filme).
Mas por que eu gostei tanto desse livro? Acho que seria mais fácil eu dizer o que eu não gostei. Nada. Porque eu simplesmente adorei todo e qualquer pedacinho dessa obra. A começar pelos personagens, que são maravilhosos, carismáticos, divertidos e reais. Tanto Simon, quanto Blue quanto qualquer um dos outros personagens secundários são importantes de alguma forma na história, seja por conta de algum comentário ou uma ação admirável ou não, eles fazem a diferença no enredo. E todos são jovens como eu ou você fomos um dia ou é ainda, com problemas e situações normais da adolescência, e também têm personalidades bem gente como a gente. Ninguém é perfeito ou todo problemático, as pessoas erram e acertam, são imaturas em algumas questões e bem maduras em outras, são divertidas e também sérias, têm seus próprios gostos, desejos e pensamentos.
Simon é um amor de pessoa, assim como Blue. Adorei conhecer os dois e saber mais sobre as particularidades de cada um, o lado bobo e também o inteligente, o lado sarcástico e o fofo, o fato de saberem quem são e aceitarem isso com facilidade e escolherem quando querem compartilhar com alguém suas intimidades porque estão com vontade e não porque se sentem pressionados.


Um dos pontos altos da trama é o fato de não sabermos quem é Blue. Então, junto com Simon a gente fica ansioso para descobrir mais pistas e para saber como tudo vai se desenrolar depois que eles souberem quem é o outro. Claro que já dá para adivinhar lá para o meio do livro (até agora não sei como o Simon demorou tanto! Hahaha), mas ainda assim foi bem gostoso ver esse processo de eles conversando, o Simon tentando descobrir quem ele era e todo o clima de suspense envolvendo o que eles diziam um para o outro e quanto revelavam sobre si mesmos – Simon, claro, deu mole e revelou diversas coisas facilmente, e isso foi bem divertido de acompanhar também.
Algo que acho bem bacana é que esse livro traz inclusão e, mais importante, trata todas as citadas de maneira natural, como deveria realmente ser. E a maioria das pessoas ao redor de Simon e Blue e também as pessoas com quem convivem, aceitam as inclusões e lidam com isso sem complicações ou problemas, como a gente espera que aconteça na vida real. É claro que alguns indivíduos são ridículos e desnecessários, como acontece fora das páginas de um livro, mas aqui os personagens sabem lidar muito bem com esse tipo de pessoa e contornam as situações negativas de forma positiva.
E concordo que ninguém “deveria ter que” sair do armário ou todos nós deveríamos sair. Não entendo por que motivo uma pessoa gay deve “revelar” para as outras pessoas que é gay, mas o hétero não precisa revelar que é hétero. Somos todos iguais, independentemente de nossas orientações sexuais, e acaba sendo realmente estressante para algumas pessoas terem que lidar com o fato de quererem revelar algo íntimo para outras pessoas, sendo que isso não deveria importar para ninguém mais além de si mesmo.
O romance é uma das minhas partes preferidas! Que casalzão incrível! Amei a interação entre eles, o fato de que começaram a se gostar por conta de suas personalidades, não pela aparência física, o jeito como conversavam, revelando intimidades e segredos, mas sem revelar muita coisa óbvia, deixando o clima de mistério mais atraente, etc. Mesmo que não tenhamos tido a oportunidade de ver esse amor nascendo, deu para senti-lo nas conversas e também nos pensamentos e sentimentos de Simon (de Blue só podíamos ler os e-mails, já que a narrativa só acompanha Simon). E, quando eles finalmente têm a revelação de quem é o outro e ficam juntos, a gente só enxerga carinho, companheirismo e cumplicidade. É realmente muito fofo, do tipo que enche nosso coração daquele quentinho delicioso enquanto deixa um sorriso genuinamente feliz em nossos rostos.
Outro ponto alto é a escrita de Becky Albertalli, que está deliciosa, leve e envolvente neste seu livro de estreia. Além do mais, a história flui muito bem, do tipo que a gente mergulha nas páginas e nem vê o tempo passando e, quando nos demos conta, já estamos no final do livro. E a autora ainda incluiu diversas referências da Cultura Pop na trama, fazendo com que a gente tenha a oportunidade de identificar coisas que gostamos em comum com os personagens. A narrativa é em primeira pessoa pela perspectiva de Simon e foi bem gostoso poder acompanhar a trama sob seu ponto de vista, já que ficamos bem próximos dele, de seus pensamentos e motivações.
Como comentei ali em cima, esse livro havia sido publicado anteriormente, tanto no Brasil quanto no exterior com outro título, “Simon vs. a Agenda Homo Sapiens”, e tem uma explicação a respeito dele em um momento da leitura, e também outra capa. Somente depois do lançamento do filme nos cinemas (que por sinal eu sinto necessidade de assistir, porque amei a história e também o elenco – adoro Nick Robinson e o achei perfeito para o papel –, mas ainda não consegui tempo de fazer isso), é que uma nova edição foi publicada com o título do filme, “Com Amor, Simon”, e também uma nova capa, que eu particularmente adorei e inclusive a considero muito melhor e mais bonita do que a original.
“Com Amor, Simon” é um delicioso livro jovem adulto, com personagens carismáticos, um protagonista incrível, um romance de nos fazer suspirar, um mistério envolvente e uma trama bem real, jovem e atual. Se você também quer ter um sorriso sendo formado no seu rosto involuntariamente em diversos momentos durante a leitura, este é o livro que você estava procurando.
Avaliação





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