Na Teia do Morcego - Jorge Miguel Marinho

A primeira coisa que me chamou bastante atenção neste volume foi o visual do mesmo, que apesar de parecer simples é bem trabalhado e muito bonito, e depois que fiquei sabendo sobre o conteúdo do livro, percebemos que, além de tudo, tem muito a ver com a história. Eu sempre gostei de releituras, então, quando vi que esta obra era uma releitura do Batman, e ainda escrito por um brasileiro, fiquei morrendo de vontade de começar a história. Agora venho dizer os motivos de ter gostado do que li.
Em “Na teia do morcego” vemos que Abigail Chaud, uma mulher que ficava bisbilhotando a vida dos outros com sua luneta, e que supostamente tinha se jogado da escada do seu prédio, na verdade foi assassinada. Isso porque encontraram marcas violentas de resistência em seu corpo. Quem seria o assassino? Várias pessoas de seu prédio não gostavam dela, tendo diversos motivos para acabar com a vida desta moça.


Em contrapartida conhecemos também um morador de São Paulo (este livro se passa na nossa grande metrópole) que resolve fazer justiça com as próprias mãos. Ele é conhecido como Batman, o cidadão tristeza, mas por estar atormentado e vivendo uma grande crise existencial, suas atitudes são um pouco radicais. Perseguindo bandidos, estupradores, entre outros, causa diversos incidentes, e coloca a cidade em caos, como em um dado momento em que ele causa um apagão em São Paulo, deixando todos sem luz, metrô, etc. Por conta de tudo isso, a cidade começa a ficar revoltada, querendo que esta figura seja banida das ruas.


Um livro cheio de acontecimentos, que consegue prender a gente do início ao fim com uma narrativa rápida, gostosa e fluida, que combina vários elementos criativos e dinâmicos, além de trazer muitos mistérios, como: “quem será o assassino de Abigail?”, entre outros, não deixando a trama ficar parada nem por um segundo.


Todo o projeto gráfico desta edição é simplesmente divino. A Editora Gaivota sempre faz obras excepcionais e desta vez não foi diferente. Na capa e contracapa, letras formam os prédios da metrópole, com destaque em cor diferente apenas para o título e o nome do autor. A folha de guarda e diversas outras páginas apresentam ilustrações neste mesmo estilo, usando caracteres do teclado, mas com cores diferentes, tanto as letras quanto os fundos. Diversas outras páginas são coloridas, as fontes são variadas, os tamanhos também, e ainda há muitos outros detalhes gráficos enfeitando o exemplar inteiro. Está realmente muito lindo e tirei algumas fotografias para vocês conferirem e entender um pouco do que estou falando, mas ao vivo tudo é ainda mais bacana.


A narrativa conta, ainda, com diversos meios de comunicação, fazendo com que o narrador seja igualmente suspeito, pois se esconde em meios a cartas, diários, telegramas, rádio, notícias de jornal, etc. Fazendo com que o leitor entre nessa “teia do morcego”, cheia de comunicação e diálogos, para desvendar os mistérios e vivenciar uma história muito bem escrita, inovadora e bastante dinâmica.


Recomendo este livro para todas as pessoas que gostem de uma trama bem diferente, que consegue prender a gente com personagens incríveis, muito bem descritos, um pano de fundo encantador e muito suspense. Além disso, conta com uma narrativa diferenciada, que utiliza diversos meios para apresentar a história ao leitor, sendo uma leitura inovadora e bastante gostosa. E ainda se passa em São Paulo, então existe uma grande chance de você se identificar com algumas coisas, conhecer algumas das ruas, ou até mesmo já ter escutado falar. Acho bem legal quando uma história se passa em um ambiente que é mais conhecido para a gente, tornando as coisas ainda mais interessantes.
Avaliação



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4 comentários:

  1. Realmente o que me chamou a atenção de cara foi a capa do livro..rsrs
    Eu tbm gosto muito de releituras e sempre que tem uma eu fico empolgado e doido pra ler, então nem preciso dizer que esse livro já entrou nos meus desejados ne..rsrs
    E pelo que vi o livro tem os elementos que gosto um suspense :)

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  2. Olá!

    Quando li resenha e li sobre a morte da Abigail, logo me lembrei da série Birds of Prey, que contava a história da Canário Negro, e da Batgirl, que após ser atacada de um modo parecido com o do livro, sendo até dada como morta, fica tetraplégica e passa a se chamar de Oráculo. E achei essa morte do livro tão parecida que acho que a Abigail é uma referência à Batgirl, mesmo não sendo uma leitora de quadrinhos de super heróis.
    O livro, por sua vez, parece também ser uma obra visual, já que as ilustrações com teclas de computador e o uso de várias mídias na narração torna o texto mais diferente e envolvente.
    E não tem como comparar esse Batman ao Hancock do filme com Will Smith, mesmo que o herói do livro age assim com raiva do crime e da imunidade, que infelizmente é muito real não só em São Paulo.

    Um abraço!

    @letiolive (Meu username no Twitter e Instagram)

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  3. Interessantíssimo! Adorei o visual gráfico ;)

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