Flores Mortais - Giulia Moon


Todos os anos tenho colocado uma meta literária quanto a quantidade de livros que gostaria de ler, esse ano foram 60, e chegar a este número não foi exatamente fácil, as vezes a rotina não deixa muitas horas para leitura. O fato é que consegui, e o livro de número 60 foi Flores Mortais, da autora nacional Giulia Moon, publicado pela editora Giz Editorial.

Esta obra é uma coletânea de contos com protagonistas femininas que incorporam traços próprios ao universo feminino com um detalhe em comum a todas elas: todas são vampiras! Bonitas, sedutoras, manipuladoras e fatais, todas estas vampiras trazem em suas histórias muito sangue e sentimento.

São oito contos no total, todos ambientados no Brasil, sendo um deles divido em seis partes, alguns deles são inéditos mas boa parte já foi publicada em outras antologias de contos da autora que quis republicá-los por algumas destas obras já se encontrarem esgotadas.

O primeiro conto é Rock'n Roses, breve ele narra uma noite na vida da vampira Rose Mistral durante uma caçada em um bar, ao mesmo tempo que tem seu dia atravessado por uma menina de rua que mexe com seus sentimentos. Por ele ser muito curto não teve um desenvolvimento muito bom, senti falta de maior densidade na história e na personagem.

Danse Macabre é quem vem na sequência, este é um conto extremamente original, porque a protagonista é a Senhorita Íris, uma vampira com uma coleção muito peculiar, ela abraça grandes nomes das artes para seres imortais, então grandes compositores, pintores e escritores compartilham suas noites, e essa ideia foi muito divertida de imaginar. Ao mesmo tempo trabalha com o gênio forte da vampira que tem que lidar com as vontades das pessoas que a cercam. É o segundo melhor conto da antologia.

Depois temos A Santa dos Meninos de Rua, onde Pipoca é um menino de rua que sonha em ter uma vida melhor, e durante a noite de Natal recebe duas propostas para sair das ruas, entretanto sua intuição lhe alerta sobre quem são essas pessoas. É um conto com espírito de conto, aquela sensação no final que um conto bem escrito dá ao você compreender totalmente o sentido do que está escrito e achar interessante.

Maya é o conto mais longo, ele que é dividido em seis partes que se passam ao longo de alguns anos. Todas estas partes são como crônicas do dia a dia desta vampira de 200 anos com seu mordomo em New York. É muito bom acompanhar a vida desta vampira rica e que não se preocupa com nada até se dar conta de seus sentimrntos. É minha parte favorita do livro!

A Dama Morcega dá sequência, e segue o clima dos antigos circos de excentricidades, já que a Dama Morcega nada mais é do que uma vampira que vive em uma jaula e é usada em espetáculos até que um médico a resgata durante um tumulto em sua apresentação, mas uma mente perturbada e um ser sedento de sangue juntos nem sempre acabam bem! É um conto que perturba um pouco, especialmente pelo modo como a jovem é tratada, a autora aborda um pouco da perturbação mental que o ser humano pode desenvolver durante suas ambições.

As Vampiras de Kenshin, é conto mais simples, ele nos conta a história de Negra Luiza uma ex-escrava vampira que realiza tarefas sob encomenda. Ela não tem muita ideia do que esperar quando parte em busca de um artista japonês desaparecido, e o que vai descobrir pode ser perturbador. Não é um conto ruim, mas também não é bom, achei ele um pouco sem sal em outras palavras.

Em penúltimo temos Dragões Tatuados, conto que deu origem à série de romances da vampira Kaori (o primeiro livro já foi resenhado por aqui), ele mostra como foram os primeiros encontros de Samuel, o observador de vampiros com a misteriosa vampira Kaori. Para quem leu o livro como eu foi complementar para história central saber como se deu esse encontro.

A exótica dama oriental e o inesperado Luar é o último conto que conta com um crossover com o personagem Luar, da série de livros do autor Kizzy Ysatis. Nos começo do século XX estes imortais se esbarram pela noite de São Paulo e tentam se conhecer e ao mesmo tempo se destruir.

A narrativa de Moon é bastante fluida ao mesmo tempo que é detalha mas sem exageros, assim você consegue imaginar a cena com detalhes suficientes ao mesmo tempo em que a ação acontece. Seus personagens são bastante interessantes, e despertam a vontade de histórias mais longas com eles.

Flores Mortais consegue através de seus contos captar e apresentar os melhores aspectos do universo vampiresco sem soar repetitivo ou monótono. É sangrento, é poético, é belo, e nos faz caminhar com estas imortais ao longo da noite sem medo do que esta por vir!


Avaliação








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3 comentários:

  1. Oi Bruna!
    Tenho muita curiosidade em ler as obras desta autora, me interessei muito por esta. Adoro contos e estes parecem muito cativantes. Ótima resenha. :)
    beijos ♥
    nuclear--story.blogspot.com

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  2. Nem me fale de meta, pq ano passado eu cai muito em relação ao ano retrasado :/ li metade. Mas enfim esse ano vai ser diferente... hehehehe
    Mas adoro esses lindos seres sobrenaturais, adoro livros e filmes sobre vampiros, lobisomens enfim todo tipo de ser diferente já me deixa interessado, eu não sou acostumado a ler contos, mas gostaria muito de ler esses *-*

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  3. Olá!

    Já tinha ouvido falar da Guilia Moon quando li uma resenha sobre o segundo romance com a Kaori, e mesmo com algumas falhas, ela consegue ser mais sensual e sem forçar a barra como em outros romances com vampiros.
    O que gostei é que cada conto coloca essas vampiras em um cenário totalmente diferente, o que dá uma forte sacudida nessas tramas.
    Com certeza, quem que contos vampirescos fora do comum, mas sem perder a sua essência vai gostar desse livro.

    Um abraço!

    @letiolive (Meu username no Twitter e Instagram.)

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