Infinito + Um - Amy Harmon

Bonnie Rae Shelby é uma das estrelas do momento, a jovem que canta músicas country com pop tem milhares de fãs, uma grande fama e uma carreira em ascensão. Ela é rica, linda e tem o mundo aos seus pés. Mas por trás de todo o glamour e alegria que demonstra nos palcos, ela esconde uma tristeza tão profunda que a faz querer deixar este mundo. E é isso que resolve fazer no final de mais uma turnê. Deixando tudo para trás, a sensação do momento se dirige até uma ponte com a decisão de largar tudo para lá e apenas se soltar.
Mas o destino – ou algo ainda maior – não pode deixar isso acontecer. E é nesse momento que Finn Clyde entra em sua vida. Ele não é alguém conhecido, não tem muita coisa pela qual lutar no mundo, nem muitas oportunidades por causa de algo bem ruim que enfrentou em seu passado. Mas ele não é e nem nunca foi alguém ruim, por mais que sua aparência de cabelos compridos, tatuagens e semblante fechado digam o contrário (pelo menos para grande parte das pessoas).
E ele ajuda Bonnie justamente no momento que ela mais precisa, mas este encontro vai acabar mudando completamente a vida dos dois, principalmente porque agora ele ganhou uma companhia permanente em sua viagem, mesmo sem nem ter a mínima ideia de quem seja aquela garota misteriosa (que mais parecia um menino), que iria se jogar da ponte.
Bonnie, uma garota que precisa mudar seu futuro, se une à Clyde, que está tentando deixar o passado para trás para conseguir uma nova oportunidade na vida, e eles partem, juntos em uma road trip, cada um para seu destino final. Mas muitas coisas vão ocorrer no meio do caminho, vários desentendimentos e confusões, além de momentos lindos e admiráveis, e, mais importante, o amor. Só que, talvez, o destino destes jovens, os novos Bonnie e Clyde, possa ser o mesmo de outros dois tão famosos que carregaram estes nomes e tiveram um fim trágico. Será que eles estão condenados assim como aqueles dois jovens?
Confesso que apesar de saber quem são Bonnie e Clyde, nunca parei de verdade para conhecer a história dos dois, então achei mais interessante ainda poder acompanhar tudo o que li nesta trama criada por Amy, pois não precisei ficar comparando nada (mesmo sabendo que são diferentes é inevitável, eu sempre acabado buscando as semelhanças e diferenças, não sei se o mesmo acontece com vocês), e ainda fiquei cheia de vontade para conhecer ainda mais estas duas personalidades tão famosas, além do que já foi citado neste livro.
Acho que eu não conhecia nenhuma outra obra de algum estilo literário que eu adore ler que seja uma adaptação da história dos verdadeiros Bonnie e Clyde. E eu preciso admitir que eu simplesmente adoro novas versões de histórias já conhecidas, porque gosto de ver um novo ponto de vista, novos acontecimentos, e ainda que há reconhecimento de alguma parte daquilo tudo. Sinto uma familiaridade ao mesmo tempo em que sou surpreendida e essa é, definitivamente, a melhor parte.
A trama é narrada de duas formas: em primeira pessoa sob o ponto de vista de Bonnie, e em terceira pessoa acompanhando Finn Clyde. Eu sou fã do tipo de narrativa que divide quem é o principal, porque podemos entender melhor cada um separadamente e o que sentem, assim como suas ações e reações, tornando tudo mais amplo ao mesmo tempo em que nos aproxima mais dos personagens.
E eu posso dizer que adorei ambos os protagonistas igualmente. Eles são totalmente carismáticos e interessantes, mesmo que suas personalidades sejam tão diferentes. Os dois se encaixam, como sendo duas metades de algo maior. E o romance entre eles é fofo, inspirador e me conquistou facilmente. A escritora soube desenvolver o relacionamento e os sentimentos muito bem, pois, mesmo tendo ocorrido em tão pouco tempo (a história toda é passada em alguns dias), tudo o que vivenciaram foi bem intenso, honesto e verdadeiro, e, o melhor de tudo, bem trabalhado para parecer real. Então a gente sente junto com eles e torce para que tenham um final feliz e, se possível, muito diferente do original.
“– Quanto é infinito mais um? – interrompi Katy, fazendo a Finn minha própria pergunta.
– Ainda é infinito – respondeu ele, com um suspiro.
– Errado. É dois.
– Ah, é? Como foi que você chegou a essa conclusão?
– Infinito – disse eu, traduzindo o nome “Infinity” e apontando para Finn. Depois apontei para mim e disse: – Mais um. Ou seja, dois, gênio.”
Admito que achei a leitura bem lenta em diversos momentos. Pode ser que isto tenha a ver com meu estado de espírito no momento em que li, e talvez qualquer outro livro teria causado o mesmo efeito, mas sinto que se a autora tivesse cortado uma boa parte das cenas ou encurtado outras, a leitura teria sido muito mais fluida, independente de como eu me sentisse. Mas eu simplesmente adorei o final. Foi fofo, transbordou carinho e amor, e ainda me deixou com um sorriso bobo devido a certos acontecimentos.
Gosto da forma que a autora utilizou para contar a trama, enfatizando que toda história tem seus dois lados e que nem tudo é o que parece. Principalmente porque a grande maioria das pessoas faz isso, e estou falando com relação a tudo e não apenas com famosos (como no caso da Bonnie aqui). Se você parar para pensar, provavelmente já escutou alguém ou mesmo você já chegou a uma conclusão sobre algum fato que soube por terceiros, sem ter certeza da versão original da história, contada diretamente pela pessoa que a vivenciou ou com a qual aquilo aconteceu de verdade. E é assim com nossos Bonnie e Clyde deste livro. Eles vivenciam diversas situações que pessoas de fora acabaram julgando erroneamente, porque só souberam fragmentos da mesma ou porque ouviram de outras pessoas. E, por mais que tudo aquilo parecesse verdade, nós, leitores, além dos protagonistas, sabíamos que nada era exatamente o que parecia de fora. Gostei de verdade da forma com Harmon explorou isso, inclusive colocando em diversos momentos, notícias de jornais, etc., narrando os acontecimentos e a fuga dos personagens principais do jeito que as pessoas de fora entendiam e como aconteceram na realidade.
A escritora também utiliza da fé e da espiritualidade para a construção de diversos momentos importantes no enredo que construiu. Eu gostei de todos eles, que inclusive me fizeram sorrir todas as vezes, mas acredito que nem todos os leitores vão apreciar isso, então achei que valia a pena comentar.
No Brasil outra obra de Harmon já foi publicada, também em 2015, “Beleza Perdida”, que é uma releitura de “A Bela e A Fera”, e mais dois livros estão programados para serem lançados em breve, “A Different Blue” e “Running Barefoot”, ainda sem títulos nacionais. Não há previsão para os demais quatro exemplares que ela já escreveu, mas, caso o sucesso continue, o que eu acredito que vá ocorrer, os demais com certeza deverão chegar aqui também (eu já estou na torcida!).
Das capas existentes para esta história pelo mundo, com certeza a nacional é a mais bonita de longe (só acho que teria ficado ainda melhor se o rapaz também estivesse usando botas). A original, com apenas um violão na capa, é tão sem graça que não teria a mínima vontade de ler, principalmente porque nem parece que é de algo que eu gostaria de acompanhar. Então estou duplamente feliz com a escolha da Verus de optar por algo completamente novo. O texto interno é bem espaçado e a fonte está em um tamanho bem confortável para a leitura, e o exemplar impresso conta com páginas amarelas.
Intensidade, drama, amor, superação, viagem, esperança, mudanças, personagens carismáticos, momentos de fazer suspirar de alegria, outros de tristeza, tudo isso e muito mais compõem “Infinito + Um”, esta obra de Amy Harmon que com certeza vai conquistar o coração de muitos leitores pelo mundo.
Avaliação



Comente com o Facebook:

4 comentários:

  1. Já estava bastante interessada em ler esse livro só pela sinopse, e agora depois de ver essa resenha fiquei ainda mais ansiosa em conferi essa história que parece ser ótima.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Eu ainda não conhecia esse livro, mas agora depois de vê essa resenha estou com muita vontade de Lê-lo.
    PS: A capa desse livro me lembra de alguma forma a capa do livro 8 segundos que é um livro q eu adoro

    ResponderExcluir
  4. Adorei a resenha e fiquei muito interessada neste livro, muito obrigada pela dica! Bjs!

    ResponderExcluir