Tormento – John Boyne

Danny acreditou que este seria mais um verão tranquilo para curtir suas férias, mas ele não poderia estar mais errado.  Um dia, quando chega a casa, não encontra sua mãe, o que não é usual e, junto com seu pai, eles esperam por um bom tempo até que ela chega escoltada por dois policiais porque tinha se envolvido em um acidente e atropelara um garotinho, que agora estava em coma com poucas chances de sobrevivência.
Enquanto sua mãe se isola de tudo e todos por conta da culpa, seu pai precisa tomar o lugar dela na família, ficando sobrecarregado, e seu irmão mais velho não está por perto porque começara a faculdade em outro lugar e agora tinha viajado com seus amigos pela Europa, Danny fica sem entender tudo o que está havendo e o motivo de todos estarem agindo estranho, sendo que a própria polícia afirmou que sua mãe não era responsável pelo acontecido. Então Danny toma uma decisão que vai acabar mudando tudo.
Este livro é bem pequeno, tem apenas 82 páginas, e a história é bem gostosa de ler e ainda muito envolvente, então é uma daquelas leituras que a gente faz rapidinho. Mesmo os que não têm costume de ler conseguem finalizá-lo em um dia. Mas confesso que achei a história curtinha demais, queria mesmo que tivesse mais páginas.
A narrativa está em primeira pessoa pelo protagonista Danny, e sua voz carrega uma visão delicada e sincera sobre as consequências do que o acidente gerou na família Delaney quando eles menos esperavam. Então a linguagem é simples e de fácil entendimento, e faz com que o leitor se aproxime bastante do personagem, conseguindo sentir junto com ele tudo o que está passando e o que vivencia em seus dias de acordo com as decisões que toma. Danny é um personagem sensível, extremamente fofo e corajoso, e eu gostei demais dele.
“Tormento” é um livro que possui pontos para reflexão, e mostra como as pessoas são diferentes, podendo agir de maneiras bem peculiares diante de um mesmo problema. Achei muito interessante que o autor tenha optado contar esta história sob o ponto de vista de uma criança, mostrando como ele se sente com tudo o que está havendo ao seu redor, sem entender a maneira que cada um interpreta uma mesma coisa de forma distinta.
Apesar de ter gostado desta obra, se comparada à outra infantil que li do autor e que também é mais leve, "A Coisa Terrível que aconteceu com Barnaby Brocket" (clique no título para ler a resenha) ela é fraca, senti falta de um maior desenvolvimento e de mais história, acho que Boyne tinha possibilidades ótimas para continuar, mas optou por não fazê-lo, o que é uma pena.
Gostei do final deste livro, que é fofo e feliz e termina com a história fechada, mas não curti tanto a forma como foi finalizado, porque mesmo que a gente saiba o que aconteceu, acabou do nada, deixando uma sensação de que não terminou de fato.
A editora Seguinte fez um trabalho ótimo com a diagramação, a fonte é grande e os espaçamentos estão com tamanhos bem confortáveis, além de contar com páginas amarelas, facilitando a leitura por um período maior de tempo sem incomodar a vista. Gosto desta capa, mas não é tão bonita e nem algo que chamaria a minha atenção se eu não conhecesse o autor, mas gostei do clima e do jogo de cores presente nela.
Relações familiares, culpa, sentimentos conflituosos, amizade, coragem, desespero, são alguns dos tópicos apresentados nesta obra infantojuvenil com uma sutileza contagiante. Recomendo a leitura para aqueles que curtem livros curtos e marcantes.
Avaliação



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3 comentários:

  1. Olá meninas!

    Nunca li nada do autor, mas gostei do enredo e da resenha. Só achei a capa feinha... rsrsrsrsrsr

    bjo bjo^^

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  2. Olá
    Lembro de ter visto esse livro e me impressionei com a finura dele haha mas quero mtmt ler e espero gostar bastante, já li um do autor e curti.
    Ótima resenha e obrigada pela dica.

    Beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/2014/09/resenha-eu-e-voce-ali-cronin.html

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  3. Eu não gosto muito de livros fininhos (acho que me acostumei às séries e sempre que acabam, fico querendo mais... rsrs). Achei muito interessante a história ser contada por uma criança. É raro ver livros assim. Mas, ainda tenho que decidir se vou ler ou não, porque esse livro não muito a minha 'praia'.

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