In Our Living Room - Francisco Scattolin




Na Coluna In Our Living Room de hoje conhecemos um pouco mais sobre o autor Francisco Scattolin, autor do livro De Volta a Cidade do Vampiro, publicado pela editora Giostri

Sobre a Autor: Francisco Scattolin nasceu em Sorocaba, interior de São Paulo, em 1982. Formado em Jornalismo pela Faculdade Casper Líbero e Administração de Empresas pela FGV/SP, é editor do blog EmTempo desde 2005. “De Volta à Cidade do Vampiro” é o seu romance de estreia.

Canais para se comunicar com o autor e saber mais sobre seus livro: Fanpage do Livro | Facebook | Skoob .

A cada dia consigo atribuir significados diferentes aos livros, e como eles surgiram e se mantiveram na minha vida, mas é certo que o modo como temos nossos primeiros contatos definem o quanto fácil será nossa aceitação deles em nossas vidas. Como foi seu primeiro contato com os livros, e você consegue se lembrar do primeiro livro que leu?

Eu não me lembro como foi o meu primeiro contato com os livros, ou qual o primeiro que eu li. Mas havia uma pequena biblioteca em casa, e eu tinha acesso fácil a muitas obras. Então acho que foi algo muito natural. Quando eu não tinha o que fazer em casa, e não havia algo interessante passando na TV, eu pegava um livro e começava a ler.

Um atrás do outro nós vamos lendo diversas histórias que nos fazem uma colcha repleta de retalhos. Alguns desses retalhos são maiores e marcantes, e nos servem de referência do que é uma boa leitura. Quais são seu autores e livros favoritos?

Eu tinha, em casa, uma coleção de livros do Monteiro Lobato. Foram os meus prediletos por muito tempo. Era muito interessante como, partindo de um pequeno sítio do interior, os personagens embarcavam em aventuras extraordinárias. Talvez venha daí o meu gosto pelo fantástico. Depois que comecei a ler livros mais adultos, acho que posso citar dois autores que me impressionaram: Edgar Allan Poe, pelos temas e pelo suspense na narrativa, e Oscar Wilde, pela linguagem. 

Escolher escrever fantasia não é a opção mais fácil, já existe muito publicado a respeito de quase todos os temas, e soar original é o grande desafio, porque escolheu fazê-la? E porque escolheu os vampiros?

O mundo real é muito chato. Gosto quando a literatura vai além e propõe situações impensáveis em nosso cotidiano. Além disso, o fantástico permite ser criativo sem amarras, bem como incluir no texto momentos de introspecção sem parecer maçante. Ser original é um desafio, realmente, mas não é algo que eu persiga a qualquer custo. O importante é contar uma boa história. Quanto à escolha dos vampiros, não sei bem como ela aconteceu. Eu comecei a construir o personagem de Ludovico, que seria um indivíduo misterioso e recluso, e queria que ele tivesse um componente sobrenatural. Acho que a escolha pelo vampiro acabou sendo natural, e começou a ditar a história.

É muito visível a influência das histórias clássicas de vampiros em sua narrativa. As principais características pelos quais eles são conhecidos aparecem em sua obra, o que nos dias de hoje são até raridade. Boa parte dos sanguessugas nem sequer mais se transformam em morcegos, e perderam sua 'maldade'. Quais foram sua fontes de referência?

Você tem razão. Não se fazem mais vampiros como antigamente. O que é uma pena, creio. Sou a favor de que se brinque com o conceito – o problema é que a exceção virou regra, e os vampiros hoje vivem uma crise de identidade. Acho preciso resgatá-los de vez em quando.
Não tive uma fonte de referência literária para escrever o livro. Acabei me baseando no que conheço do imaginário popular, da figura folclórica do vampiro, e dos filmes que assisti sobre o tema – Drácula, Entrevista com o Vampiro, entre outros.

A pequena cidade Serrópolis existe no estado de Góias, foi inspirada nela que você escreveu sua história ou foi uma livre adaptação da mesma?

Eu não sabia da existência dessa cidade em Goiás... Para mim é uma novidade. Escolhi o nome porque a Serrópolis do livro é uma espécie de cidade serrana. Mas ela é integralmente ficcional.

Existem alguns sub-gêneros dentro da fantasia, e seu livro soa muito próximo do realismo fantástico. Como é criar uma história em cima de uma realidade possível, existiu preocupação da sua parte de que a história de fato soasse tangível?

Existiu, sim. Eu acredito que o extraordinário fica mais interessante e empolgante quando parece verossímil. Fica mais fácil embarcar na história, e de repente você começa a acreditar que tudo aquilo pode, de fato, acontecer um dia. Eu tento passar esse verniz de realidade, tratar os assuntos com alguma seriedade – mesmo quando incluo alguns toques de humor


Qual é o papel do livro para você? Um item de entretenimento, um convite à reflexão e à crítica, ou apenas uma manifestação da sublimação do autor?

Eu enxergo como um item de entretenimento, principalmente. Ele acaba sendo, também, outras coisas, é claro. Mas penso que a função primeira é entreter. O convite à crítica e à reflexão são um bônus. Ele aparece quando o autor consegue escrever uma obra de qualidade superior.

O Mercado editorial brasileiro é tido como difícil e preconceituoso com os escritores brasileiros. Poucos são os escritores que conseguem publicar seus livros, e ainda contam com divulgação das editoras. Como foi o processo de publicação do seu livro, você inicialmente fez uma produção independente e depois passou para uma editora?

O começo foi todo independente. Escrevi a obra e contratei um diagramador para ajeitá-la e convertê-la em e-book. A partir daí lancei o livro na Amazon, por um preço simbólico, além de disponibilizá-la gratuitamente no Facebook por algum tempo. O impacto foi pequeno, mas algumas pessoas leram e gostaram. Resolvi enviá-la para algumas editoras que publicam livros do gênero. Três delas se interessaram, e acabei optando pela Giostri.

Em nome do House of Chick agradeço sua entrevista, fique a vontade para adicionar qualquer informação que queira compartilhar conosco!


Eu que agradeço pelo espaço. O crescimento dos blogs literários é mais uma prova de que existe, sim, espaço para a literatura no Brasil. Espero poder voltar aqui e divulgar o meu segundo livro, quando ele ficar pronto. Grande abraço!



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2 comentários:

  1. Oi Bruna!

    Eu adoro essa coluna! Não conhecia o autor nem seu livro, mas como se trata de vampiros, vou logo procurar saber mais sobre a obra!

    bjo bjo^^

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  2. O livro é excelente, li e recomendo!

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