A Maravilhosa Terra de Oz - L. Frank Baum

Em “A Maravilhosa Terra de Oz” acompanhamos Tip, um garoto que foi criado pela velha bruxa Mombi desde muito novo. Ele é arteiro, e vivia brincando e se divertindo, mesmo sozinho, mas também tinha que viver trabalhando para a velha. Até que um dia, depois de uma brincadeirinha que aprontou com Mombi, ela o ameaçou e lhe disse que o transformaria em algo muito ruim, então Tip resolveu fugir de seus domínios, levando consigo sua criação, Jack, Cabeça de Abóbora, que agora também tem vida (não vou explicar como, para vocês descobrirem na leitura).
Em sua fuga, Tip se junta aos já conhecidos personagens, Lenhador de Lata e Espantalho, viajando pela Terra de Oz, principalmente agora que vão precisar salvar a Cidade das Esmeraldas do Exército Rebelde só de mulheres, com as suas armas – agulhas de tricô –, comandado pela general Jinjur, que não querem mais viver de atividades domésticas e buscam as riquezas do local.
Em sua jornada, nossos queridos personagens acabam tendo ajuda de alguns seres bem diferentes, digamos assim, que trazem mais riqueza e diversão à trama. Eles também acabam encontrando com Glinda, a Bruxa Boa do Sul, que os ajudou a descobrir o verdadeiro paradeiro de Ozma, a herdeira do trono da Cidade das Esmeraldas, para assim, o local voltar a ser reinado por quem merece e trazer a harmonia novamente.

Quando vi a capa pela primeira vez, por ter Oz no título e por ter lido o nome do autor, pensei que se tratava de “O Mágico de Oz” com um título diferente, principalmente por eu não saber que existiam continuações dessa história, ainda mais escritas pelo mesmo autor. Como vocês puderam perceber pelo breve resumo da obra, eu definitivamente estava totalmente enganada, além desse e do primeiro, ainda existem outras doze histórias nesse mesmo universo, contando com aventura, magia e muita identificação por parte dos leitores, principalmente das crianças (incluindo os que já deixaram essa idade para trás, mas ainda possuem espírito infantil).
"Isso é questão de tempo - observou o Espantalho. - Conhecer a si mesmo é considerado uma façanha e tanto."
Bom, eu ainda não li “O Mágico de Oz#shameonme, mas tem resenha dele no blog (para ler, basta clicar no título), e me enganei pensando que estaria lendo ele, mas não me arrependo de começado pelo segundo livro da série, “A Maravilhosa Terra de Oz”, pois de um jeito ou de outro eu já conhecia a história do primeiro. No entanto, aconselho começar na ordem porque há spoilers do que aconteceu no livro anterior, então se você não gosta deles de maneira nenhuma, essa é a dica que te dou.
Gostei demais de quase todos os personagens (só não curti muito o Sr. Besouro A.I. – Magnificamente Aumentado e Altamente Instruído, já que o achei meio arrogante) apresentados nesse livro, tanto os antigos, quanto os novos, e me diverti bastante com eles, suas tiradas engraçadas e as situações pelas quais passavam.
Uma parte que realmente adorei foi como a força da amizade nos é apresentada; já que todos os personagens vão se conhecendo conforme a história vai evoluindo, e a amizade entre eles nasce, se desenvolve, e se torna algo grande, e nos é mostrado o quão valiosa ela é. Principalmente por se tratar de um livro infantil, acho essa uma importante lição.

Também achei muito interessante que não há violência, até as ameaças e pessoas contra (como o Exército Rebelde), são bem pacíficos. Acho isso legal porque os leitores, em sua maioria, são jovens, ainda na fase de formação de caráter, e buscar outros meios de resolver problemas, que não de forma violenta, é sempre algo bom e positivo.
"Eu me sinto um homem novo agora e, apesar de, à primeira vista, parecer um cofre de banco, peço que lembrem que meu cérebro ainda é feito do mesmo material de antes. E essa é a riqueza, na verdade, que me torna alguém com quem vocês podem sempre contar numa emergência."

A aventura em si também é super divertida e adorei acompanhá-la, ficava torcendo para os personagens conseguirem resolver seus dilemas, e para que tudo terminasse em um final feliz, além de ter soltado boas gargalhadas enquanto lia o que eles viviam ou falavam. Se você gosta de magia, essa também é uma ótima dica, porque podemos encontrá-la em diversos momentos da história, sendo muitos deles bem importantes.
Só teve um ponto que não me agradou, principalmente porque o achei bem desnecessário, o machismo encontrado em uma parte do livro. "Certo foi que todas, sem exceção, correram de volta para as cozinhas de suas casas e, boas esposas que eram, preparam banquetes para os seus fatigados maridos, restaurando assim a harmonia em todas as famílias.". Até entendo o pensamento do autor pela época em que viveu, mas não gostei disso, principalmente por se tratar de um livro infantil, acabava ensinando algo negativo para as crianças, já que as mulheres também são boas em outras questões, não apenas em trabalhos domésticos.

Adorei o final, já que ocorreu uma reviravolta incrível e não esperava por isso de jeito nenhum. E, como gosto de me surpreender com o que estou lendo, dessa vez não foi diferente, e achei interessante inclusive porque nunca tinha lido nada nem mesmo parecido.
"- Vocês ambos são ricos, meus amigos - disse gentilmente Ozma. - Mas a riqueza que possuem é a única que vale a pena ter. Uma riqueza interior!"
No começo da leitura há uma carta de Baum sobre o lançamento dessa obra e o que o motivou a escrevê-la, e eu adorei lê-la. Para quem não gosta de spoilers, outra dica, apesar de gostar de capítulos com nome, os desse livro soltavam, através de uma frase, o que aconteceria no capítulo em questão, e isso é meio chato porque acaba com algumas surpresas, então, se possível, não os leia.

Também curti que, no fim do livro há um texto chamado "De volta à Terra Mágica", onde o tradutor, Luiz Antonio Aguiar (tem resenha do livro dele, “Brincos de Ouro e Sentimentos Pingentes” no blog) fala um pouquinho mais sobre esse universo criado por L. Frank Baum, começando pelo O Mágico de Oz. Uma curiosidade é que, como comentei no começo da resenha, ele virou uma série de 14 livros. Ele ainda fala sobre a identificação do leitor, por isso a multiplicação dos fãs de O Mágico de Oz, pois essa aventura poderia acontecer com qualquer criança, já que começa em uma cidade normal, no estado do Kansas, EUA.
Há, também, uma frase no final do texto de Aguiar, que eu preciso comentar aqui, pois a achei interessante: "No entanto, entre batalhas não sangrentas, inimigos que ao final são perdoados e prêmios distribuídos aos justos e aos bons, é a simplicidade dos sentimentos e conflitos em jogo que se destaca. Tudo tão fácil quanto acreditar que há uma terra mágica do outro lado do arco-íris.".

Sobre a parte gráfica, está maravilhosa, como é de se esperar da Editora Biruta, e a fonte está em ótimo tamanho e espaçamento para a leitura, além de o texto vir inteiramente na cor verde, o que achei sensacional. Também há elementos gráficos dando um ar mais fofo para o livro, apesar das páginas brancas, e as ilustrações na capa, contracapa e última capa, feitas por Agata Wojakowska, estão maravilhosas.
Eu só acho (melhor, tenho certeza) que todo leitor que goste de aventuras infantis deve ler essa maravilhosa história criada por Baum, mergulhando nesse adorável universo, com personagens incríveis e uma narrativa envolvente e gostosa de acompanhar, que vai nos levar para lugares extraordinários, basta, somente, deixar a imaginação correr solta.

Avaliação



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4 comentários:

  1. Fiquei mais encantada com a diagramação do livro do que com a resenha! kkkkkkk
    Que livro lindo!!!! Não sabia que era continuação! Tbm não li O Mágico de Oz, mas assisti aos filmes dezenas de vezes!
    Adorei a resenha e gostei muito do livro! Lindo demais!

    bjo^^

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  2. Que diagramação maravilhosa !!
    Também não sabia que havia continuação de o magico de oz e ainda por cima escritas pelo mesmo autor que interessante!!
    Me interessei muito e a resenha me deixou babando já que adoro o magico de oz *-*
    Fiquei nostálgica aqui rsrsrs
    Bjus

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  3. Que resenha linda! Amei, amei, amei. Também não sabia da continuação de O Mágico de Oz e eu adoro esse clássico, e agora estou morrendo de vontade de ler A Maravilhosa Terra de Oz, nessa versão da Editora Biruta que está magnífica. Também adoro essa editora, os livros que eles publicam são sempre tão lindos, as fotos que você colocou só realçaram ainda mais. E os quotes, quanta fofura. Parabéns pela resenha!
    Taty

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  4. Olá Talitha!
    Que resenha maravilhosa! Sempre acreditei que a história de "O Mágico de Oz" fosse única e, infelizmente, ainda não consegui ler o livro. No entanto, se todas as edições forem tão espetaculares quanto essa, mudarei isso o mais rápido possível e incluirei os 14 livros na minha estante.
    O trabalho da Editora Biruta foi tão caprichado e eu fiquei muito feliz com o fato de tu ter disponibilizado algumas imagens para os leitores do blog, pois assim conseguimos entender realmente o carinho da editora com esse livro e as suas particularidades.
    Achei mega importante os pontos que tu destacaste, como o fato de existir um resquício de machismo no texto devido a época em que foi escrito, mas principalmente a formação do caráter dos pequenos leitores com mensagens sobre a importância do diálogo. Creio que esse seja exatamente o tipo de livro que os baixinhos precisam, principalmente nos dias de hoje e com a violência tão presente no nosso cotidiano, seja na televisão, nos jornais ou nas conversas.

    Beijocas,
    Samy.

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