Na série
Crônicas Lunares podemos acompanhar protagonistas baseadas em personagens
femininas dos contos de fadas que tanto conhecemos e amamos (tá, sei que nem
todo mundo ama, mas enfim), só que em uma sociedade futurista. Cada volume será
focado em um conto diferente, a começar por Cinder (Cinderela), seguido por
Scarlet (Chapeuzinho Vermelho), depois vem Cress (Rapunzel), e para finalizar Winter
(Branca de Neve). No primeiro livro só acompanhamos a vida de Cinder, mas nos
próximos os capítulos são alternados com mais de uma protagonista.
Nesse
primeiro volume, somos apresentados a uma sociedade onde humanos, ciborgues e androides
convivem, mas não de uma maneira tão harmoniosa assim, já que os ciborgues são
considerados aberrações. O mundo já passou por quatro Guerras Mundiais e agora
apresenta uma divisão um pouco diferenciada, sendo que Cinder, nossa
protagonista, vive em Nova Pequin, local que, junto com toda Comunidade
Oriental é governado por um Rei. Além disso, a Lua também é habitada pelos
chamados Lunares, que não são humanos e apresentam um tipo de poder mágico, e o
dom da manipulação, e são governados pela terrível Rainha Levana.
O nosso
planeta está vivendo em um período de frágil paz com o povo da Lua, mas os
governantes estão cientes de que isso pode mudar facilmente, já que a Rainha
Lunar poderia acabar com o mundo, se esse foi seu desejo real. Ao mesmo tempo em que há toda essa questão política rodeando o pano de fundo da história, há
outra coisa ainda pior acontecendo com os seres humanos: uma doença denominada
Letumose está atingindo a população, e pelo fato de ainda não haver uma cura,
todos que a contraem, morrem em muito pouco tempo.
No meio
disso tudo, conhecemos Lihn Cinder, uma órfã que foi adotada por um homem que
morreu em seguida por Letumose, e passou a viver, então, com sua madrasta,
Adri, e suas duas filhas, Pearl e Peony. Sua vida passa a ser um inferno, já
que ela precisa trabalhar como uma condenada sendo mecânica, para
sustentar a casa e a família. Para piorar, ela é uma ciborgue, ou seja, ela é
humana, mas algumas partes do seu corpo são máquina, como, por exemplo, seu pé
e sua mão. A única alegria de sua vida é a boa relação que ela possui com a
meia-irmã mais nova, Peony, e com a sua fiel ajudante e amiga Iko, uma androide
super fofa.
Nesse meio
tempo, Cinder conhece Kai, o príncipe herdeiro, que a procura por sua fama de ótima mecânica para ajudá-lo a consertar sua androide, Nainsi, que parou de
funcionar. O que ela não poderia imaginar era como sua vida iria mudar
totalmente depois desse momento.
Minhas
expectativas estavam super altas para essa leitura, inclusive porque estou numa
onda de distopias, elas estão me agradando muito. Mas, infelizmente, elas não
foram alcançadas e fiquei um pouco decepcionada, já que esperava mais da
história.
Acho que a
ideia da autora foi sensacional, inclusive acho que ela conseguiu misturar
diversos elementos na história de uma forma muito bem feita, com tudo se
encaixando perfeitamente nos lugares certos. Só que não consegui criar uma
conexão com nenhum personagem, nem mesmo com a protagonista, Cinder, apesar de
ter gostado de alguns deles, principalmente a Iko e a meia-irmã mais nova dela,
Peony, e isso é um ponto crucial para eu gostar mais de algo que leio.
Uma outra
característica que me incomodou, mas isso é um gosto pessoal que muita gente
não compartilha, é que a Cinder só sofre, tudo de ruim que você pode imaginar
aconteceu com ela, mesmo que de maneira indireta, porém que a afete
diretamente. Eu gosto de ver dois lados da moeda, não gosto de ver pessoas
felizes o tempo inteiro, mas também não curto ver só sofrimentos, coisas ruins
rodeando alguém.
O romance
foi mal desenvolvido, e os sentimentos aconteceram meio que do nada. Pelo menos
não foi tão intenso quanto costuma ser em alguns livros, mas senti falta de uma
exploração melhor nesse caso.
Apesar de
não ter me ligado à protagonista, gostei da sua força de vontade, de sua luta
para conseguir melhorar as coisas, da sua coragem e da sua independência, que
foge bastante da história verdadeira da Cinderela. E guardo grandes
expectativas para ela nos próximos volumes da série.
Apesar de
ter achado interessante essa versão toda independente da Cinderela, admito que
senti falta de algo mais parecido com o conto original, como a presença de uma
fada madrinha, ou algo do tipo, já que essa é uma das características mais
importantes do conto de fadas.
Esse livro é
considerado uma distopia, mas não achei que ela foi explorada. É apenas uma
sociedade no futuro, e mostra um pouco de como as pessoas sobreviveram à Quarta
Guerra Mundial, e como os ciborgues estão introduzidos no mundo e na sociedade.
Mas não fala muito de opressão, de privação, nem do controle da população,
exceto pela parte da Rainha Levana, mas isso é por causa de sua raça e sua
busca pessoal pelo poder, não da distopia em si.
Também acho
que algumas coisas não foram tão bem explicadas assim, não posso dar mais
detalhes nesse caso, pois seria spoiler,
mas vou esperar pelos próximos volumes para ver como vai ser a adaptação da
autora para trazer as respostas desse livro e dessa protagonista, já que serão
várias protagonistas diferentes, e como tudo será apresentado ao leitor.
Falando
nisso, essa ideia de misturar várias personagens conhecidas de uma maneira
diferente é muito interessante e estou louca para ler os próximos para saber o
que vou achar, só espero que não fique algo mal resolvido. Tenho vontade de
continuar a acompanhar a série sim, principalmente porque haverão outras
protagonistas e eu posso gostar mais delas e dos seus pontos de vista. Para
aumentar mais o meu ânimo, li uma resenha de Scarlet que me deixou ansiosa para
lê-lo, principalmente porque me fez acreditar que vou preferir a próxima
protagonista a Cinder.
Sobre o
final e as revelações que acabam sendo apresentadas ao leitor, nada me
surpreendeu, tudo o que aconteceu eu já desconfiava (para não dizer que tinha
certeza), há bastante tempo, porque a autora soltou dicas certeiras durante o
desenrolar da história, é só prestar atenção que você já sabe de todas as
respostas rapidamente.
A
diagramação está muito bem feita e com páginas amareladas. Esse livro é dividido
em quatro partes e no começo de cada uma há um trecho de Cinderela original, e a narrativa é em terceira pessoa, acompanhando Cinder na maior parte das vezes,
mas em alguns capítulos Kai é o foco principal.
Adoro essa
capa, ela passa bastante a ideia da história, apesar de ser um pouquinho
diferente do que acontece com a Cinder, além de ser linda. Fico feliz que a
Rocco tenha decidido mantê-la. A versão impressa está ainda mais bonita, com
verniz localizado no sapatinho, no nome da autora, e na logo da editora, o
título está em alto relevo e prateado, ganhando muito destaque. A lombada
também está maravilhosa e fica divina na estante, com verniz localizado também
no título, nome da autora, logo da editora e sapato.
A respeito
das continuações tem notícia boa e algumas ruins para quem não gosta de esperar
tanto tempo para saber o que acontece em seguida. Lá fora o segundo volume,
Scarlet já foi lançado e não deve demorar tanto para chegar ao Brasil, mas os
dois últimos livros, Cress e Winter, só tem previsão para 2014 e 2015,
respectivamente. Ou seja, ainda falta uma eternidade para sabermos como vai
acabar essa saga.
Indico a
leitura para todos aqueles que adoram novas versões de clássicos infantis, mais
modernizadas e com personagens mais independentes, cheia de ação e com uma
mistura muito bem feita de elementos bem diferentes. Só espero que vocês possam
gostar mais da protagonista e da história de amor que ela vive do que eu. Vou
ficar torcendo para que Cinder consiga lutar contra tudo e que tenha uma vida
melhor daqui para a frente.
Avaliação
Qdo vi a capa deste livro, já imaginei que seria um stempunk (é assim que se escreve? rsrsrsrsrsr) Depois qdo li a sinopse, me interessei mais ainda. Gosto muito das resenhas daqui porque são muito sinceras e isso é o que mais importa pra mim. Pretendo ler este livro, mas confesso que minha vontade diminuiu um pouco! rsrsrsrsrs
ResponderExcluirHa!!! Thata sua fofa de carteirinha! Obrigada pelo comentário lá no blog vio, adorei!!!
bjo^^
Oi, Tatha.
ResponderExcluirEu tinha lido algumas resenhas muito positivas sobre esse livro, mas agora vou pensar um pouco mais. Não gosto quando a história não é bem desenvolvida, ainda mais o romance porque adoro romances rs. Quero me envolver totalmente com os personagens e isso fica difícil quando a história não se desenrola bem e o final não surpreende. Mas acho a ideia de uma Cinderela numa distopia bem interessante e também adoro contos de fada recontados.
Excelente resenha!
Beijos.
navirj.blogspot.com.br
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu sempre olhei para esse livro e pensava "que capa fofa", mas nunca procurei saber sobre o que se tratava, eu até pensava que era sobre feiticeiras (vai saber o porquê disso, i'm crazy), mas agora estou totalmente encantada, me lembrou até o novo livro da Meg Cabot, Paula Pimenta e mais duas escritoras, acho que o nome é o Livro das princesas. Amo contos de fadas, amo amo amo, e essa "distopia" me encantou. Mesmo com as críticas, quero ler, sabe, sempre tem aquele livro que você sabe que vai se decepcionar mas mesmo assim você tem que ler, né? Tipo masoquista ahahahahahaha. Tatha amo suas resenhas, um beijo! <3
ResponderExcluirNossa, sua resenha ficou muito perfeita, super explícita!
ResponderExcluirEu me animei muuito com a ideia dessa coleção, é realmente ótima! Adoro coisas que envolvem contos de fadas, mas numa versão que demonstre o presente ou futuro, como a série de Once upon a time. Mas realmente, deu pra perceber já que não há muita conexão com o conto, e isso sempre tira um pouco da graça ): é uma pena a autora ter acabado perdendo o foco da coisa.
xx Carol
http://hangoverat16.blogspot.com.br/
Adoro essa ideia de clássicos refeitos!! *-*
ResponderExcluirNão conhecia a série e fiquei bastante interessada!!
Cinderela num mundo totalmente diferente do que conhecemos né!!
Amei a capa linda demais!!Mesmo não havendo uma ligação com o antigo conto acho que merece ser lido!!
Beijos
Adoro distopias e releituras e desde o seu lançamento estou com muita vontade de ler Cinder.
ResponderExcluirEssa é a primeira resenha que leio que fala dos pontos negativas da leitura, como o mal desenvolvimento do romance. =(
Nossa, os outros dois livros só serão lançados em 2014 e 2015? É muito tempo de espera =/
Adoro distopias e quero muito ler esse livro por causa da personagem sei lá eu gosto como ela é descrita pelas pessoas apesar de já ter escutado comentários que nem o seu que ela só sofre.
ResponderExcluirEu tenho esse livro aqui em casa, não li ainda, mas tenho. Estou com altas expectativas, pena q é muito tempo entre o lançamento das sequências, mas se a série for boa vale a pena esperar!
ResponderExcluirPoderia me dizer a onde achou a resenha de Scarlet, pois procurei muito e mesmo assim não consegui achar. Eu agradeço desde já. Obrigado!
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