Abandono – Meg Cabot

Em “Abandono”, primeiro livro da trilogia de mesmo nome, conhecemos Pierce Oliviera, uma garota de dezessete anos que já passou pela experiência de morte, então sabe o que encontraremos do outro lado nessa passagem, que por acaso é bem diferente do que a maioria das pessoas supõe.
Nessa sua breve passagem pela morte, ela conheceu o misterioso John Hayden, e conseguiu fugir dele, voltando à vida, não sem antes receber de presente um belo colar que vai mexer com a vida dela mais do que gostaria, mas que também vai servir para ajudá-la, e fazê-la se sentir mais confortável.
Quando pensa que conseguiu se livrar de John, eis que ele surge quando ela mais precisa, principalmente nos momentos de perigo e confusões que arranja, e olha que não é difícil ela passar por algo no estilo. Mas o pior é que, por mais que Pierce ache que quer se livrar dele, inconscientemente acaba procurando-o sempre.
Pierce é uma menina não muito sociável, e vive como se fosse a Branca de Neve em seu caixão de vidro, não gosta de se aproximar muito das pessoas, até porque perdeu sua melhor amiga para a morte, e ela não iria voltar à vida, como Pierce conseguiu. Sua mãe, então, decide se mudar com a menina para onde morou quando mais nova, Isla Huesos, para perto do resto de sua família (sua avó, seu tio Chris e seu primo, Alex), e para longe do pai (que ela acredita que tenha negligenciado a vida da filha, que por isso passou pela experiência de morte), para estudar em um colégio local e participar do projeto Novos Caminhos, que ajuda adolescentes que tem algum tipo de problema.
É em Isla Huesos que ela conhece mais a fundo sobre sua passagem pelo Mundo Inferior, o mito de Perséfone, as fúrias, e a verdade sobre John, nos levando a uma história magnífica, sombria e deliciosa de acompanhar.
Meg Cabot é uma escritora sensacional, realmente adoro tudo o que ela escreve, e dessa vez não foi diferente. Adorei a mescla de realidade com ficção que ela utilizou na construção desse enredo, e o modo como ela trouxe todas as explicações à tona.
Como esse é o primeiro volume da trilogia, muita coisa ainda não é revelada, esse livro serve mais como introdução mesmo, para entendermos o que aconteceu, sermos levadas a conhecer o mito, a cidade e sua importância relacionada com o que é esse mito, a protagonista e sua ligação com essa história (que espero que seja melhor explorada posteriormente).
Gostei bastante da protagonista, e apesar de ela não ser uma de minhas preferidas, gostei muito de seu jeito, ela é mais quieta, na dela, não tem quase nenhum amigo (o único atualmente é Alex, seu primo), é mais fechada,  bastante curiosa, bem determinada, é corajosa, enfrenta seus medos, é fofa, bondosa, adora animais e é altruísta.  
Mas gostei ainda mais de John e sua personalidade, com aquele ar de bad boy, que esconde um segredo, se preocupa com Pierce, e faz de tudo para mantê-la segura, tarefa não muito fácil, tem aquele jeito solitário que precisa de alguém e dá vontade de cuidar dele instantaneamente. Meg mostrou que ele é mais do que seu trabalho, e que ele tem sentimentos melhores do que deixa transparecer a princípio. Não vejo a hora de poder conhecer ainda mais do personagem. Só acho que o modo como os sentimentos deles surgiram ficou mal desenvolvido. Falando nisso, o romance só foi melhor explorado mais para o final, o que é uma pena, mas que me instiga mais ainda para próximo livro.
Os outros personagens secundários foram bem construídos, apesar de não aparecerem tanto na história, alguns só foram apresentados de leve, mas já sabemos que terão grande importância no que vem por aí. E estou ansiosa para continuar lendo e descobrindo mais sobre cada um deles.
Achei a ideia de utilizar o mito de Hades e Perséfone muito legal, principalmente porque a Meg sabe transformar algo que poderia ser mais pesado para uma leitura recomendada para todas as idades, e ainda consegue encantar o leitor ao mesmo tempo.
A narrativa é em primeira pessoa, meu método preferido, porque podemos entender o que se passa na mente da protagonista, e apresenta suspense e mistério na medida certa, para nos fazer ficar interessados no que vai acontecer em seguida, sem esquecer o fator amor de lado, o que me conquista ainda mais. Há muita riqueza de detalhes, dando um ar mais realista para a história, e as descrições foram muito bem feitas, dava para visualizar os cenários na minha mente perfeitamente, isso sem soar cansativo, apenas encantador (de um jeito sombrio em algumas situações). A narrativa é intercalada entre presente e passado, e o único ponto negativo dela é que não teve uma divisão bem definida dessa mudança de tempo, deixando confuso em algumas partes, mas acaba dando para pegar o ritmo com facilidade depois de um tempo.
Não gostei muito do começo do livro, acho que a autora quis ser muito misteriosa, e acabou que algumas coisas ficaram bem confusas nesse momento, somente com o passar das páginas e o desenrolar da história é que as explicações foram melhor apresentadas, e deu para entender tudo o que foi mostrado ao leitor.

Olhando a capa inicialmente eu achei bonitinha, mas nada de mais. Depois de ter o livro em mãos e ver que a parte da frente tem uma continuação quando o viramos (ou quando abrimos as duas capas ao mesmo tempo), me encantei mais por ela. E o que eu acho mais legal é que a foto foi tirada especialmente para a capa desse livro.

A versão impressa está mais bonita ainda. O título e o nome da autora estão em alto relevo e dourados, que têm maior destaque no fundo preto, enquanto na lombada estão em baixo relevo, mas também em dourado, ficando lindo na estante. Acho que o símbolo na letra A seja uma referência ao colar da protagonista, que tem grande importância na história.
A diagramação está simples, mas muito bem feita, com fonte e espaçamento grandes, facilitando a leitura. A cada início de capítulo há uma pequena citação de algum dos cantos de “Divina Comédia”, ou o Inferno de Dante Alighieri, e uma pequena ilustração que também aparece nas divisões nos meios dos capítulos.
Ao final da leitura, encontramos uma nota da autora, falando um pouco mais sobre o mito de Hades e Perséfone, sua relação com ele e como serviu de inspiração para ela escrever essa história, e ainda indica uma obra para quem quiser conhecer mais sobre o Mundo Inferior. Também curti saber sobre a cidade que inspirou a criada pela autora, já que ela faz um breve comentário sobre isso.
Estou transbordando de curiosidade pelos próximos volumes. Preciso saber o que vai acontecer com Pierce, qual será seu plano para escapar de onde está, e para acabar com o que está envolvida (não posso dar mais detalhes, pois seria spoiler).
Como disse anteriormente, eu adoro a Meg Cabot, e não tem um livro dela que eu tenha lido que não tenha gostado (e olha que, apesar de não ter lido todos, li bastante!), mas sei que sua forma de narrativa não agrada a todos, principalmente porque ela enrola um pouco e é bastante repetitiva, então se você teve alguma experiência anterior com alguma obra da autora e não gostou da sua forma de escrita (não estou falando da história em si, mas a forma com que ela é conduzida), então acredito que esse livro também não vá te agradar, mas se você, assim como eu, adora os livros dela, ou pelo menos algum que já tenha lido, ou mesmo que não tenha adorado, mas também não tenha odiado, acredito que vale a pena dar uma chance a essa série, isso é, se você tiver interesse em obras mais voltadas para um lado mais obscuro, claro que com aquele jeitinho descontraído que ela escreve tão bem. E se você não conhece seu trabalho, nunca tendo lido nada dela, mas gosta de histórias mais sombrias, mas narradas de uma forma bem leve e divertida, então indico a leitura.
Avaliação



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8 comentários:

  1. Meg é diva sério sou apaixonada por ela adoraria ter mais livros dela na minha estante e esse parece ser ótimo apesar da parte dela querer que o John vá embora ter me lembrado um pouco a Mediadora mas fora isso gostei da história só que fico triste parece que a Meg só lança coleção e sou pobre num tenho dinheiro pra comprar um livro quem dira coleção

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  2. Quero muito esse livro, espero que na sairava tenha. A meg Cabot ela ja escreveu tantos livros e todos sao demais, adoro o Diario da princesa

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  3. Eu estou lendo a série A Mediadora da Meg e adorei a sua narrativa. Estou bastante curiosa para ler Abandono! Adorei a ideia de usar o mito de Hades e Perséfone e acho que iria gostar bastante do livro!
    Gostei bastante da capa!

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  4. Já li outra resenha do livro ontem mesmo, mas não me despertou tanto o interesse quanto a sua!
    Isso de mitologia, com mistério e ficção deixa tudo tão maravilhoso. Nunca li nada da Meg, quem sabe a primeira vez seja esse livro, né?
    Parabéns pela resenha!

    Beijos,
    Hannah - Secrets of Book.

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  5. Eu nunca li nada da Meg, tenho vontade, mas ainda não consegui. Adorei sua resenha, me deixou super curiosa! Gostei muito da descrição da capa, já achava ela linda, agora então, fiquei com mais vontade de tê-la em minhas mãos!

    bjo^^

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  6. Apesar do mundo todo amar a Meg quando eu li O Diário da Princesa eu sinceramente não gostei muito, é como vc falou, ela enrola demais em alguns livros, sem contar que o filme ficou 1000x melhor! Já quando eu li A Mediadora eu gostei, nada muito forte, mas é um bom livro! Apesar dessa experiência eu quero conhecer esse novo livro dela, e esse ensaio feito especialmente pro livro ficou muito bacana, sem contar que assim evita outras capas com a mesma foto Ç.Ç

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  7. Li poucos livros da Meg, mas os poucos que li amei! Já estava com vontade de ler esse livro, depois dessa resenha então... Adoro livros desse gênero. Esse livro vai passar na frente de todos os outros livros da minha listinha em 3, 2, 1... ahahahahahaha

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  8. Eu também adoro a Meg!
    Os poucos livros que li da autora já foram suficientes para eu me encantar com ela...
    Amei a historia do livro bem diferente e misteriosa!!
    Uma experiencia pós morte é bem interessante..
    Espero ter a oportunidade de acompanhar a série!!
    Bjus

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