A Elite – A Seleção #02 – Kiera Cass

Não há qualquer tipo de spoiler nessa resenha, nem do livro anterior da série, podem ler tranquilamente.
“A Elite” é a sequência de “A Seleção” (para conferir a resenha é só clicar no título) e começa depois do final do primeiro livro. Continuamos acompanhando a protagonista America Singer, que está inserida nesse novo cenário para ela, que sempre viveu na casta Cinco, passando por muitas dificuldades e agora está vivendo com mordomia, podendo se alimentar muito bem (uma das partes que ela mais gosta), o que não podia antes, entre outras coisas igualmente boas.
Enquanto isso, a disputa para ganhar a Seleção e se tornar a próxima rainha de Illéa continua a todo vapor, e cada vez mais acirrada, já que só restam seis garotas. Algumas provas são realizadas, colocando as participantes com os nervos à flor da pele, e precisando se desdobrar para fazer tudo corretamente no tempo certo, enquanto ainda precisam tomar cuidado com os, cada vez mais frequentes, ataques rebeldes. America também tem dúvidas se tem aquilo que é preciso para desempenhar seu papel, caso ganhe a coroa, e começa a se questionar se Maxon é realmente tudo de bom, como aparenta ser.
Kiera Cass soube nos introduzir nos acontecimentos do livro anterior de modo que não o leitor não fique com dúvidas ou se esqueça de algo muito importante, tudo isso feito de uma maneira natural, sem ficar forçado, o que eu achei ótimo porque já tem um tempinho que li o primeiro volume da trilogia.
Gosto bastante de Meri, a acho uma ótima protagonista para essa história, ela se encaixa perfeitamente em seu papel e o faz com maestria, não sendo chata e fazendo parte daquele novo “mundo” de mordomias que está vivenciando sem esquecer-se de suas origens, de tratar bem as pessoas que muitos tratam com desprezo (os empregados, por exemplo), e sem ter medo de ir contra a injustiça, mesmo quando muitos nem ligam para isso. Mas a palavra que melhor define a personagem é, com certeza, indecisão. Ela é indecisa quanto a quem escolher, a o que fazer em seguida, se serve ou não para o papel de rainha, se deve ou não confiar nas pessoas, entre muitas outras coisas, o que pode acabar incomodando alguns leitores, mas felizmente não aconteceu comigo – na maior parte do tempo.
Eu realmente adoro distopias, inclusive é o meu gênero preferido no momento, e vou explicar os motivos. Primeiro que cada autor pega as bases para criar uma sociedade diferente da nossa, mas que faz sentido, como se fosse um futuro do que vivemos atualmente, mas segue por um caminho totalmente diferente. Segundo porque mesmo que algumas tenham características próximas das outras, elas caminham para algo novo (pelo menos eu não li nenhuma que fosse tão parecida com outra).
Na trilogia “A Seleção” vemos um lado que geralmente não é o abordado, o lado de alguém inserido diretamente na parte rica, de onde o resto da população é controlado, no caso como são divididos em castas, no que trabalham, no modo que vivem. Meri acaba indo para a casta mais alta, e a mais importante, a um, que é a da família real. A partir dessa vivência da personagem podemos ter uma outra perspectiva da distopia, a de dentro de um pequeno grupo, vivendo cheio de mordomias e roupas caras, onde eles têm criados para fazer todos os trabalhos pesados, fisicamente falando.
Como estou mais acostumada a ler distopias onde as personagens lutam para sobreviver e encontrar uma maneira de destruir aquilo que controla a sociedade, acho interessantíssima a abordagem de Kiera Cass, já que nesse caso, apesar de a protagonista não concordar com os sistema de castas, ela faz parte do local que os rebeldes querem destruir, então tem que vivenciar os ataques e fugir dos mesmos, e não fazer parte da criação deles.
Sobre o triângulo amoroso, eu o acho bem cruel. Não pelo modo como eles são tratados, mas pelo fato de Meri ser MUITO indecisa (admito que as vezes eu me incomodava com tamanha indecisão a respeito de quem gosta mais e com quem quer ficar), e não são apenas os sentimentos dela que estão em jogo, tem outras duas pessoas que fazem tudo por ela e a deixam decidir na hora que ela quiser, e ela não toma uma atitude concreta, ficando com os dois ao mesmo tempo. Eu decidi torcer por Maxon porque eu gosto muito do jeito dele, mas não odeio o Aspen como algumas pessoas e mesmo que ela o escolhesse (o que eu acho praticamente impossível), não ficaria triste nem magoada, já que ele também é uma pessoa maravilhosa e faz de tudo para que ela se sinta bem. Dá para ver que ele realmente gosta dela também, e entendo as decisões que ele tomou, inclusive no primeiro livro, já que ele só queria o melhor para ela, e às vezes as pessoas não pensam direito em momentos de crise.
E, apesar de gostar muito de Maxon e torcer por ele, algumas de suas atitudes me incomodaram um pouquinho, não tanto porque Meri fez igual com ele, e porque esse concurso foi criado para ser assim, mas confesso que eu esperava que ele agisse diferente em alguns momentos. Tirando isso, ele é tão fofo, tão cavalheiro, uma pessoa maravilhosa com um ótimo coração e que só quer ajudar aos outros, mesmo que ele mesmo sofra as consequências de seus atos, e isso só me faz admirá-lo mais e eu não poderia torcer para outro. Além disso, ele tem um grande peso nas costas, de ser o próximo rei, e precisa aprender a lidar com a importância de seu futuro cargo, sempre pensando em ser bom para o povo, mas sem decepcionar seus antepassados.
A interação entre Meri e Maxon, que ocorre de uma maneira tão natural e gostosa de ser acompanhada, inclusive eles têm uma química inegável e os sentimentos foram crescendo com o tempo de forma real e apaixonante, tem maior destaque do que a dela com Aspen, apesar dessa também existir.
A história desse volume serve como ponte entre o primeiro e o terceiro, algumas coisas novas acontecem, mas as grandes respostas ainda não foram reveladas (como por exemplo quem Meri vai escolher, o que querem os Rebeldes, ou então como ficará o sistema de castas futuramente), mas ainda assim o ritmo se mantém tão bom quanto o do volume anterior, dando ênfase aos sentimentos da protagonista, suas dúvidas, e algumas novas descobertas a respeito do passado de Illéa.
Infelizmente o piloto para a produção de uma série de TV não foi aprovado, então não teremos essa história magnífica nas telas por enquanto, mas vou continuar torcendo para que alguém resolva produzir, ou uma outra série, ou um filme pelo menos. Sabe uma atriz que eu acho que ficaria perfeita para o papel de America? A atriz Molly C. Quinn, que faz Alexis em Castle.
A parte gráfica segue o padrão do primeiro volume e é maravilhosa, a começar por essa capa lindíssima (eu já gostava da primeira, mas essa é ainda mais bonita), que tem a Meri com esse vestido perfeito, e o jogo de cores em vermelho, e apresenta o título em alto relevo. A lombada combina perfeitamente com a do livro anterior na estante. A diagramação também está muito boa, cada início de capítulo há uma coroa e a fonte está em ótimo tamanho e espaçamento, permitindo uma leitura muito confortável.
O último livro da trilogia, The One, ainda nem foi lançado lá fora e vai demorar. A previsão é só maio de 2014, para chegar ao Brasil então, mais tempo ainda. Podemos começar a chorar desde já?
Esse não é um livro de tanta ação e aventura, nem tantas mortes e cenas sangrentas. Caso você busque algo nesse sentido, esse não é o título indicado. Mas, se quer uma história incrível, muito bem construída, com personagens maravilhosos, uma nova visão de uma sociedade distópica, romance e sentimentos dos mais variados e bem explorados, então essa é uma trilogia muito indicada a você.

Se você quiser ler a resenha do conto "O Príncipe", volume #1.5 dessa série de Kiera Cass, é só clicar AQUI.
Avaliação



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5 comentários:

  1. Looooooouca para ler este livro. Já li O Príncipe e minha torcida por ele só aumentou.
    Bjs, Rose.

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  2. OMG! Eu preciso deste livro! kkkkk

    Adorei a resenha, só me deixou com mais vontade de ler esta série, mas vou ter que esperar mais um pouquinho... :(

    Parabéns!

    Bjo^^

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  3. Adoro distopias também e essa aposta numa distopia que tem um governo monáquico é no mínimo curioso! Talvez eu leia nas férias, vamos ver, adoro personagens maravilhosos e histórias bem desenvolvidas, são as melhores!

    Garota das Letras - http://garotadasletras.blogspot.com.br/

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  4. E eu querendo ler! Ai Deus, cadê os meus? :S
    A trama continua muito boa pelo visto. Vou ver se consigo o meu logo, é bem bom.

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  5. Não sou fanática por distopias mas tem momentos que gosto muito de ler algumas pois carregam uma realidade bem distinta mas não tão impossíveis.
    Pelo que tenho lido sobre essa série me parece ser muito bem escrita e cativante!!
    Estou bem curiosa, ainda mais depois dessa resenha e em saber todos esses pontos positivos principalmente que não é um livro violento o que não curto muito!!
    Beijos

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