O menino do pijama listrado – John Boyne


Muitos já leram esse livro, outros viram o filme. Eu não havia feito nenhuma das duas coisas até alguns dias atrás. Sempre ouvi ou li comentários sobre “O menino do pijama listrado”, comentários sempre elogiosos, acompanhados da famosa frase “Chorei muito lendo esse livro” ou “Chorei muito assistindo ao filme” ou até mesmo “Eu chorei tanto com o livro quanto com o filme” e por aí vai.
Mesmo sempre tendo ouvido esse tipo de comentário, e apesar do meu interesse pelo livro, acabei não comprando, sempre deixando de lado a ideia de comprá-lo quando via as quão poucas páginas ele tinha. Cheguei a achar que não o leria tão cedo, mas, para minha felicidade, estava enganada.
Mesmo estando no meio de outras leituras, peguei “O menino do pijama listrado” emprestado, abandonei temporariamente os outros livros e me concentrei em descobrir por que essa história era tão elogiada.
A leitura da orelha do livro me deixou mais curiosa ainda, exatamente por não conter quase nenhum detalhe sobre a trama.
“É muito difícil descrever a história de O menino do pijama listrado. Normalmente, o texto da orelha traz alguma dica sobre o livro, alguma informação, mas nesse caso acreditamos que isso poderia prejudicar sua leitura, e talvez seja melhor realizá-la sem que você saiba nada sobre a trama.”
Foi assim que eu realizei minha leitura. A única coisa que eu sabia sobre a história antes de lê-la é que ela tinha alguma relação com a Segunda Guerra Mundial. Após terminar de ler, senti na pele a dificuldade de descrever a trama. É sempre complicado falar sobre um livro que se tornou um de seus favoritos, mas no caso de O menino do pijama listrado a dificuldade é ainda maior.
A história é narrada em terceira pessoa, segundo o ponto de vista de Bruno, um garoto de nove anos. Bruno morava com a família em Berlim, até o dia em que encontrou Maria, a governanta da casa, empacotando suas coisas.
Foi nesse dia que o garoto descobriu que ele e a família (seus pais e sua irmã Gretel) se mudariam para longe de Berlim por causa do emprego de seu pai, para quem todos diziam que o Fúria (nome que o pai de Bruno dizia que o garoto não estava pronunciando corretamente) tinha grandes planos. A nova casa não era nem de longe tão bonita quanto a antiga e ficava em um lugar afastado de tudo que, para Bruno, se chamava Haja-vista.
Haja-vista era um lugar isolado que, além de Bruno, sua família e os empregados, parecia ser habitado apenas pelos soldados, que eram comandados pelo pai do garoto.  Bruno descobriu que eles não eram os únicos naquele lugar na primeira vez que olhou pela janela de seu quarto.  Do outro lado de uma cerca enorme, viviam muitas pessoas.
“E um pensamento final passou pela cabeça de seu irmão, enquanto ele observava as centenas de pessoas na distância prosseguindo com seus assuntos, e era o fato de que todos eles [...] usavam as mesmas roupas: um conjunto de pijama cinza listrado com um boné cinza listrado na cabeça.” Pág. 40
O menino do pijama listrado é um livro curto, com menos de duzentas páginas, por isso não seria bom falar muito mais sobre a história. O importante é saber que, em certo momento, Bruno conhecerá Shmuel.  É como somos alertados na orelha do livro:
“Caso você comece a lê-lo, embarcará em uma jornada ao lado de um garoto de nove anos chamado Bruno [...]. E cedo ou tarde chegará com Bruno a uma cerca. Cercas como essa existem no mundo todo. Esperamos que você nunca se depare com uma delas.”
A partir da visão que Bruno tem das coisas que acontecem ao seu redor, o leitor pode ir associando os acontecimentos a fatos históricos, fazendo diversas descobertas ao longo da trama.
Não há como expressar as sensações que senti lendo essa história. Meus olhos lacrimejaram algumas vezes, mas não chorei. Para mim, o final foi previsível, mas nem por isso menos marcante. O menino do pijama listrado é uma história inesquecível, que traz à tona velhos questionamentos sobre o limite da crueldade humana, se é que esse limite existe.
“Já não sinto mais nada.” Pág. 152
Quando terminei a leitura, fiquei um bom tempo refletindo sobre a história, pensando em como eu veria os acontecimentos se fosse uma criança na época da Segunda Guerra Mundial. Não encontrei resposta para esse questionamento e nunca encontrarei, mas agora tenho uma ideia de como uma criança de nove anos enxerga o mundo.
A capa do livro é simples, mas bonita e significativa. Se você ainda não leu O menino do pijama listrado, que levou apenas dois dias e meio para ser escrito, um conselho: leia esse livro o quanto antes! Garanto que a jornada de Bruno vai te emocionar e permanecer com você para sempre.
Avaliação


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12 comentários:

  1. O livro não é somente um relato de um menino sobre o nazismo ou a luta do povo judeus, mas um relato de uma amizade verdadeira que nasceu de um momento de grande tristeza para a humanidade. Na minha opinião todos deveriam ler esse livro não apenas para ter um conhecimento do nazismo, que não é o que o livro se sustenta, mas para aprender algumas lições básicas como amizade, respeito e amor. Chorei litros!

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  2. Ah eu li esse livro, e assisti o filme logo em seguida. E apesar de achar o final um tanto previsível a partir de certo ponto, eu não deixei de me sentir chocada.Sim, foi muito difícil aceitar aquele final,e como você, eu também fiquei me questionando:'Como o ser humano pode ser tão cruel?'. Com certeza é uma leitura que deixou sua marca.

    Beijos
    Leituras da Paty

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  3. Ainda não li o livro mas sempre tive interesse em ler!Essa foi a primeira resenha sobre que leio e achei super ótima me deixou com a impressão de que o livro é tão envolvente e emocionante mesmo sendo pequenininho..Tbm não vi o filme oq pra mim é positivo pretendo ler o livro primeiro *-* Acho super legal falar de um época sofrida como a segunda guerra na visão de um garotinho de 9 anos, bem diferente!Fiquei ainda mais curiosa *-*
    Bjus

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  4. Não li o livro, e sinceramente não pretendo ler, não penso que ele seja ruim, mto pelo contrário, eu penso que não tenho espírito disposto para o tema pesado que ele aborda...A segunda guerra é carregada demais, e embora eu tenha lá minhas curiosidades, com uma cça acho que não rola rs...

    Miquilis: Bruna Costenaro

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  5. Eu não li o livro, vi apenas o filme que inclusive me fez chorar muito com seu final dramático.
    Bjs, Rose.

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  6. Eu também não fiz nenhuma das coisas ainda: nem li o livro nem vi o filme e pra ser sincera não sabia que o tema girava em torno da Segunda Guerra. Apesar de que esse é um tema que eu gosto, acho que visto pelos olhos de uma criança deve ser bem diferente. Acho que tenho que estar com o espírito bem preparado para encarar essa história.

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  7. Oi! Nossa, acabei de fazer uma troca no skoob e estou com ele comigo, em ótima qualidade. Assim como vc, vi muitos elogios quanto a esse livro. Já vi o filme e sei como é, uma história bonita e forte. Logo lerei tb!

    abraços,
    Luciana M.

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  8. Eu gostei desse livro, mas não fiquei super encantada por ele. É que foi crueldade minha, rs, li logo depois de ter terminado um dos meus livros preferidos, A Menina que Roubava Livros. Os dois tratam da mesma época, e os dois mostram o nazismo pelos olhos de uma criança. Acontece que a Liesel, pra mim, é uma personagem muito mais fascinante que o Bruno, o que com certeza influenciou minha opinião sobre O Menino do Pijama Listrado.

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  9. Nossa, eu imagino que deva ser um livro bem bonito e triste. Fiquei muito animada para ler, vou acrescentar ele na minha lista do Skoob. Muita vontade de ler ele.

    Thais Vianna
    @dathais

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  10. Danielle lembro de ler esse livro anos atrás na época de colégio, nostalgia total! Peguei emprestado de um amigo e fiquei lendo durante as aulas. Me emocionei tanto durante a leitura que chorei, que não é muito difícil. É uma história simples, com final previsível e com personagens característicos de um drama de guerra, mas mesmo assim não deixa de ser um ótimo livro para refletir não só sobre a guerra, mas sobre os sentimentos também.
    bjs Dani!

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  11. Eu ainda não li o livro, mas eu vi o filme. Eu sinceramente não sei explicar a sensação que sentir, eu não sabia se chorava, se me sentia frustada por não ter como impedir, culpada, não sei ;S Realmente a história é bem simples e um tanto previsível, mas não deixar de ser emocionante e chocante ao mesmo tempo. Gostaria muito de ler o livro numa proxima oportunidade
    beijos

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  12. Eu li esse livro ha um tempo, na epoca q saiu o filme...
    Geral falava q tinha chorado vendo o filme, eu fiquei louca pra ler o livro, pq quase sempre, acho o livro melhor q o filme e eu queria ler antes d assistir..
    Eu tbm fiquei com lagrimas nos olhos e nó na garganta em alguns momentos... mas nao chorei..
    Achei o livro bom e rapido... a capa realmente é significativa..

    A unica coisa q eu nao gostei e isso nao tem nada a ver com o livro, foi q eu emprestei e a pessoa se mudou e nunca mais me devolveu, fiquei arrazada!!!

    aaah e eu tbm achei o final previsivel...

    bjinhos
    Pam

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