Em “O Livro
das Coisas Perdidas” conhecemos David, um garoto que acaba de perder a mãe, e
procura na leitura um meio de amenizar o que está sentindo no momento. Os
livros passam a ser sua única companhia até que ele começa a escutar vozes
vindas deles e depois acaba entrando em um reino encantado onde realidade e
imaginação se misturam, e David se depara com diversos personagens durante o caminho
que percorre.
Quando me
deparei com a capa do livro, que é muito bonita, e vi o título, não fazia ideia
do conteúdo pelo qual iria me aventurar durante a jornada incrível que foi a
leitura.
Esse é um
livro que retrata coisas perdidas num mundo de fantasias. Então, pode-se dizer
que jovens vão gostar do que irão ler, mas acredito que seja mais voltado para
o público adulto, ainda mais pelo fato de a história ser passada no contexto da
segunda guerra mundial. Acho que o livro não teve uma boa abordagem inicial
porque começa com o sofrimento da mãe de David e tudo o que ele tenta para
amenizar sua dor, como se isso fosse possível, e até seria, mas apenas no mundo
dele, pois tinha medo de perdê-la e, por isso, como qualquer criança, tentava protegê-la
da dor. Era muito bonito seu amor, mas vê-lo sofrer e passar por todas essas
coisas não foi muito legal.
No decorrer
da história, muita coisa mórbida e sangrenta acontece, não só pelo reflexo da
guerra, mas pela própria narrativa, que é tão profunda que choca a quem procura
alguma coisa mais suave. Em algumas partes, são relatadas histórias que ouvimos
quando crianças, os famosos contos de fadas, mas com versões muito diferentes
das que estamos acostumados a escutar. Elas se fundem com o processo vivido
pelo jovem, que está em fase de amadurecimento. O mundo da fantasia e o mundo
real se transformam em uma só coisa, causando arrepios no leitor e, muitas
vezes, indignação.
No mundo sombrio
no qual vemos nosso protagonista entrar, me surpreendi com tudo que o homem
torto fez para conquistar David. Suas artimanhas eram muito bem pensadas e
planejadas, fazendo com que eu admirasse a forma como o autor escreveu todas
elas. Mas, mesmo esse reino encantando
sendo assustador, cheio de perigos e de criaturas que matam crianças e
viajantes, o protagonista acaba conhecendo pessoas legais como o Lenhador e o
cavaleiro Rolando que o ensinam sentimentos como lealdade, companheirismo e
amizade, fazendo com que David repense sua vida com a sua família e sobre a
morte de sua mãe.
Nosso subconsciente
as vezes se revela tentador por mudanças que gostaríamos de vivenciar para
melhorar alguma coisa com a qual não estamos felizes e/ou satisfeitas. Mas, muitas
vezes, ele nos trai, fazendo-nos desejar coisas que as vezes nos arrependemos.
E como dizia
Picasso... “Tudo o que se pode imaginar é real”. Ou melhor, nós é que
transformamos em real o que queremos que seja real.
O
protagonista passa por processos tão confusos para amadurecer que, em alguns
casos, dói muito. No final, o autor procura amenizar o sofrimento do jovem, que
não era mais tão jovem assim, tornando sua jornada de volta menos dolorosa.
O livro
começa e termina falando da morte, só que o término foi bem mais suave. Posso
afirmar que o livro é muito bem escrito e a narrativa de John Connolly é muito inteligente. A dualidade de sentimentos é
sentida sempre. A perseverança e a determinação do jovem foram extremamente aguçadas
pelo brilhantismo da escrita. Esse é o primeiro livro que leio do autor, e o
primeiro a ser publicado no Brasil, e já posso afirmar que me encantei com seu
modo de escrever.
A
diagramação está divina, adorei o trabalho gráfico da Bertrand. A capa é muito
bonita e tem tudo a ver com a história. Inclusive há alguns elementos da trama
presentes nela, e em cada começo de capítulo.
Em minha
opinião, se esse filme fosse transformado em filme, com toda a tecnologia
avançada na qual a nossa sociedade está inserida, tenho certeza de que seria de
grande sucesso de bilheteria.
Olá!
ResponderExcluirDe fato, essa capa é linda!
Adorei a premissa do livro... poder entrar numa obra, ainda mais em cenário histórico! *o*
Beijos,
Samantha Monteiro
Word In My Bag
http://wordinmybag.blogspot.com
Que capa super diferente!
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar desse livro,mas nossa que resenha tão linda!
Vou buscar mais informações do livro,e tentar comprar esse mês,realmente gostei muito! (:
Só conhecia a capa e o título e, como você, não fazia ideia do que se tratava, só fui descobrir agora com a sua resenha.
ResponderExcluirAcho que a premissa é muito boa, mas o modo como foi desenvolvido, voltado para o público adulto, não me agrada.
@sophia_samhan
Interessante, apesar de não ser exatamente meu estilo de leitura, achei curioso o modo como seu enredo deve ser, eu gostaria de um dia poder lê-lo e conhecer sua estoria!
ResponderExcluirBjs
www.daimaginacaoaescrita.com
Eu vi esse livro várias vezes na Saraiva e nunca me interessei por comprá-lo, mas vou repensar um pouco...
ResponderExcluirAdorei o enredo do livro e os detalhes que vc foi narrando...me soaram tão psicanalítico hehehe!!
ResponderExcluirAgora eu quero o livro e mtooooo
Miquilis:
Bruna Costenaro
A capa é linda mesmo , mas esse negocio de falar de morte a e tal , acho que é meio sombrio demais eu gosto de romance de amor rs .Mas adoei a resenha , bjus
ResponderExcluirtentei ganhar este livro e perdi feio
ResponderExcluirvou ter de comprar, mas o dinheiro que ;e bom....
rodrigobill10@hotmail.com